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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Qua 10 Abr - 22:16

Nome: Nichollas Zarr Haferlach
De qual deus deseja ser filho: Zeus
Por que a escolha do deus: Simpatia pelo deus, me identifico com a personalidade do mesmo e características também.
Missão: Você acabou entrando no labirinto feito por Dédalo. Mas além do Minotauro a solta, você corre o risco de se deparar com duas salamandras e o Leão de Neméia. Atravesse s e conseguir, procure a saída. Porém, na saída do labirinto há uma Esfinge lhe esperando. Dê a resposta certa e livre-se do labirinto ou dê a resposta errada e perca-se para sempre dentro.
Charada: Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.
Obs.: Mínimo de 30 linhas.
...
Caminhando pelo acampamento, ainda indeterminado, Nichollas parecia triste e solitário. Ele caminhava olhando para o chão, talvez com uma aversão de cair, ou mesmo pelo simples fato de caminhar assim mesmo. Algumas vezes, ouvia sons de passos próximos a ele e desviava seu olhar tentando descobrir de onde vinham, sem sucesso. Por pouco não entrou na floresta negra, e se aventurou nos mistérios que ali se escondiam, mas caminhou rodeando sua margem, observando sombras por dentro da floresta. Jamais se aventuraria ali tão cedo, mas a variação de sombras era particularmente interessante. Nichollas sentou-se em uma pedra, ali mesmo, de frente pra floresta e apoiou-se nos joelhos, pensando, no que, só Zeus sabe... Ou talvez nem ele. O garoto se recostou numa pedra e jurou senti-la mover um pouco, ajeitou-se e sentiu mover-se mais um pouco, ele não ligou, até que a pedra deslizou para dentro de um buraco levando-o junto.
Ele escorregou de costas e de ponta á cabeça. Ao cair, sentiu bastante terra vinda em seu rosto. Logo em seguida, algo de ferro deslizou pelo buraco, ele rolou para o lado e viu sua espada cair fincada na terra bem ao lado de seu braço. Suspirou fundo e aliviado pondo-se de pé. Não fazia nenhuma noção de onde estava. Sacudiu a poeira de sua camisa e cabelo e pegou a espada e a embainhou, virando-se e dando de cara com uma porta de pedra, nela estava desenhado em alto relevo, o símbolo de Dédalo. Encrenca, perigo, morte, Minotauro, morte. As únicas coisas que passaram em sua cabeça naquele instante, ele virou-se ficando de costas para a porta procurando o buraco de onde havia saído, e ele havia sumido magicamente. Então o único modo de saída seria enfrentar o pedaço do inferno, conhecido como Labirinto de Dédalo, ou o lar do Minotauro. Ele retirou sua espada da baia e empurrou a porta, só a força de seus braços não era suficiente, então ele a empurrou com seus ombros, fazendo um barulho alto ecoar por todo o labirinto. Então um rugido alto ecoou de volta, era ele, o famoso Minotauro, aquele do qual todo mundo falava, das histórias de Dédalo e Ícaro, e sua assinatura de morte. Desembainhou a espada e, por impulso, a ergueu virando-se rapidamente, mas havia apenas uma parede atrás dele, talvez isso fosse algo bom, ou não. De duas uma, ou ele seria levado até o “covil central” do Minotauro, ou até uma saída.
Caminhando sorrateiramente, Nichollas estava apreensivo, qualquer barulhinho o fazia ter mini-ataques-cardíacos. Mas era andar e morrer ou parar e morrer, ele continuou sua caminhada, até uma bifurcação do caminho. Era como estar de frente com Jano, dois lados, uma escolha, um deles pode ser um caminho sem chances de voltar.
- Esquerda? – ele respirou. Tentou usar de artifícios ensinados pelos filhos de Hermes, passou o dedo em sua língua e o ergueu no alto, sentindo o vento o envolvendo de leve. E seu palpite estava certo, o caminho á se tomar era o da esquerda. E lá foi o garoto, completamente destemido e de peito estufado, ele ouviu mais passos, mas não conseguia distinguir de onde vinham. Aumentou seus passos, depois mais um pouco, e enfim começou a correr. Ele olhava para trás de segundo em segundo, até que se chocou em algo completamente parecido com uma parede. O esbarro o deixou tonto e o jogou no chão, sua espada não caiu muito longe o que foi bom, pois ele logo a conseguiu pegar. Ao levantar-se, sentiu um bafo quente vindo em seu rosto e cambaleou para trás, era o fim. Deveria estar á distancias da saída e tinha um bicho á sua frente, ele arregalou os olhos e ficou imóvel. Não era um Minotauro, era um leão, que parecia revestido de ferro, para sua felicidade, o leão parecia ferido na pata traseira, mas até que se conseguisse alcança-la sem ser devorado...
Nichollas bateu com sua espada nas costas do bicho, sem reação alguma, Nichollas recuou e o leão avançou, batendo com sua pata no garoto e o jogando contra a parede. O leão então tentou esmaga-lo por completo, mas o garoto fora mais rápido e abaixou-se, passando por baixo do monstro e o arranhando na barriga com a espada. Claro que ele tentou enfiar a espada, mas a pele do leão de Neméia é impenetrável e só era conhecido um único modo de passar por um deles: Deixá-lo desacordado. O monstro abaixou a cabeça, colocando-a entre suas próprias patas dianteiras e tentando puxar o garoto com os dentes. Nichollas então segurou no focinho do bicho e deixou ser arrastado, sendo arremessado novamente, mas dessa vez, sem colidir em lugar nenhum. Rapidamente pôs-se de pé e viu o leão correndo em sua direção, ele então correu na direção do leão, e ao se aproximar, mergulhou por baixo do leão novamente e acertou sua espada na ferida do monstro, deixando-o caído de lado. O garoto montou o bicho e pôs os pés ao redor do pescoço, abraçando a cabeça do leão enquanto ele se sacudia feito um louco. Esperou o momento certo e “crash” um estalo dos ossos, e o leão estava no chão. Nichollas acertara o punho de sua espada num local específico, onde se derruba qualquer coisa. Por sorte, ele acertara de primeira, mas não seria assim pra sempre.
Ele correu para se distanciar o máximo do leão e chegar logo á saída. Curvas e mais curvas formavam o labirinto, depois de alguns minutos, ele sentia-se mais perdido que tudo, não fazia sentido o caminho que estava tomando, mas quando se está em um labirinto isso é dispensável. Após passar em um local, começou a sentir pisadas fortes no chão, ao olhar pra trás encontrou os chifres do Minotauro quase entrando em suas costas, ele deitou-se no chão, deixando que o Minotauro passasse por cima dele, o que não era algo tão inteligente, mas parecia funcionar. Ele sentiu como se algo de 1000 toneladas passasse por cima dele, á pesar de não ter sido pisoteado, mas levou um chute do Minotauro que o procurava por todos os lados. Nichollas puxou a espada se pôs de pé e pulou no lombo do Minotauro, ergueu a espada e enfiou-a no pescoço do bicho, atravessando-o. O Minotauro á beira da morte, o pegou e arremessou para longe antes de se desfazer em pó. Nichollas chocou-se contra uma grande parede, logo mais á frente estava à saída. Por incrível que pareça, mas sim, a porta estava logo ali. O garoto não hesitou, pôs sua espada na baia e correu até a porta, tentando abri-la com tanta felicidade quanto se abre um presente. Mas uma cabeçada no meio de suas costas o impediu de sair.
- Mas que diabos... – A esfinge o arranhou no rosto, ele caiu e sentiu o peso do monstro o pisotear, sua espada estava longe, ele a olhou nos olhos e esperou pela dor. O que demorou mais que ele imaginou. A esfinge começou a falar “ Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.” Assim como na história de Édipo, ela me fez uma charada o que não era difícil de responder.
- A deusa Ártemis – ele respondeu rapidamente, esperando que ela o libertasse. [...]

*Final da história é consequência da resposta estar certa ou não.
Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 12 Abr - 9:57

Teste de Reclamação!
Filha de Zeus? Talvez!

Nome: Lisbeth Mavis L'ars Bowes-Lyon

De qual deus deseja ser filho: Zeus 'u'

Por que a escolha do deus: Pois é o meu favorito, tenho uma simpatia grande com Zeus e me pareço com ele em alguns aspectos, gosto de liderar e de poder, além da liberdade que seria poder voar.

Missão: Você acabou entrando dentro do labirinto feito por Dédalo. Mas além do Minotauro a solta, você corre o risco de se deparar com duas salamandras e o Leão de Nameia. Atravesse s e conseguir, procure a saída. Porém, na saída do labirinto há uma Esfinge lhe esperando. Dê a resposta certa e livre-se do labirinto ou dê a resposta errada e perca-se para sempre dentro.
Charada: Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.


Sabe aquela estranha sensação de não saber nada do seu passado? Eu detinha ela comigo a algum tempo, tempo o suficiente pra me ver confusa com muitas coisas e ter certeza de menos coisas ainda, dentre as coisas que eu tinha certeza estava minha linhagem, eu era meio humana, graças a minha mãe Monic Bowes-Lyon e também era meio deusa graças a meu pai. Ok! Não são todos que são agraciados com tal herança genética, pessoas de sorte creio eu, mas devem estar a se perguntar quem é meu progenitor, meu pai, ora vejam só havia me esquecido disso, meu pai é Zeus, sim o todo poderoso, não, eu não vou ligar uma lâmpada pra você ver u_u.

Como tudo em minha vida eu não lembro de muita coisa, claro que dessa vez não foi nada diferente, como cheguei lá? Sendo sincera e lerda como sempre eu não sei, é ... A lerdeza de Poseidon e suas proles é contagioso, por favor se afaste u.u Me lembro de estar deitada lá no chão de um lugar que eu não tinha conhecimento, minha última lembrança antes disso era de estar tentando tirar um cochilo no chalé enquanto Effy e Cold dialogavam sobre algum assunto que eu não fiz questão de prestar a atenção, quando olhei em volta aquelas paredes que pareciam ter sido rebocadas a séculos atrás um instante estavam lá, em outro não estavam mais, ainda meio confusa eu me sentei normalmente, afastei-me um pouco daquela parede estranha que agora parecia escorrer água, feder a mofo e parecia se aproximar de mim, como se fosse me engolir. Não exitei em me levantar e puxar o pingente de raio do meu colar,doeu um pouco arrancá-lo do meu pescoço, mas meu coração disparado não me deixou outra alternativa, o apertei com força na mão direita, ela foi crescendo e crescendo, a correntinha eu guardei no bolso traseiro da minha calça de joelhos rasgados, e o pingente cresceu até virar uma espada com lâmina reluzente, forjada pelo próprio Hefesto com ouro olimpiano e dado a mim por meu pai quando o vi pessoalmente pela primeira vez, a única vez que fique bem claro.

Pude ouvir um zumbido que me deu uma certa dor de cabeça momentânea, olhei pros dois lados,não podia ver mais do que dois metros e meio a minha esquerda ou minha direita, podia ouvir algumas goteiras ecoando de longe, meu coração pareceu ter se aquietado, em seu lugar tudo começou a tremer, como se algo grande vindo de minha direita estivesse se aproximando cada vez mais, não me deixei ficar lá por muito tempo, comecei a correr quando a criatura deveria estar a uns seis metros de mim, não me importava o que fosse, era grande, furioso e eu só fui descobrir o que era realmente quando ouvi um mugido preencher meus ouvidos. - Você poderia ter ficado morto quando o Jackson acabou com você. - Minotauro definitivamente não estava na minha listinha de criaturas que eu queria conhecer em minha experiência meio sangue. Minhas pernas já doíam, eu não tinha corrido muita coisa, mas senti pela primeira vez que iria visitar tio Hades em instantes quando me deparei com uma parede de tijolos bem rígida, eu bati com meus punhos fortemente, eles já tinham ficado meio vermelhos, o ambiente estava semi iluminado e eu estava me preparando minha morte certa, aqueles enormes chifres apareceram pra mim junto com o par de olhos amarelos medonhos, ele veio com tudo pra cima de mim, minha primeira e única reação momentânea foi me abaixar, ele acertou a parede com toda força, foi quando percebi que ele tinha ficado com o preso, talvez fosse aquela minha única chance de fugir, respirei fundo e passei por entre as patas traseiras dele com tanta rapidez que nem consegui contar, meu coração quase escapava pela boca. Agora detinha em mãos minha espada olhando pra ele, não tinha muitas saídas, teria que matá-lo querendo ou não, me afastei um pouco enquanto ele se debatia tentando tirar o chifre da parede rígida e corri novamente em sua direção, pulei em sua costas, coloquei o cabo da espada na boca enquanto escalava as costas dele, o minotauro se debatia e tentava me derrubar, subi então sobre sua enorme cabeça, ele tentava me pegar com ambas as suas mãos, eu pisava em suas mãos mas ele tentava me pegar, até que agarrou meu tornozelo esquerdo com sua mão também esquerda, esse nem foi meu maior desespero, pouco depois ele conseguiu se soltar, seu chifre bambo precisava de apenas um pouco de força para que enfim fosse quebrado. Ele me puxou com força, queria me segurar de cabeça pra baixo, mas antes de cair eu me segurei no chifre semi-quebrado, apertei com força o punho de minha espada que voltou a ser um pingente e a coloquei dentro da boca já que não conseguia alcançar o meu bolso, ele então puxou mais forte, agora eu segurava seu chifre com as duas mãos, que situação eu me encontrava. Até que ouvi um "CLEC" era o chifre se quebrando, eu o abracei com força quando se quebrou, quando o Minotauro me segurou perto se si segurando-me apenas pela perna esquerda eu vi que aquela era a minha melhor oportunidade, com a força das duas mãos eu enfiei com quase toda minha força o chifre, seu chifre, em teu peito, ele soltou um mugido estranho e me deixou cair no chão, se afastou alguns passos e desapareceu em uma nuvem de brilho dourado, sei lá.

A minha queda ficou longe de ser a mais gentil de todas acreditem, estiquei os braços pra cima e alonguei as costas, logo depois, ainda com várias partes do corpo doendo, cuspi meu pingente na minha mão, nem o coloquei na correntinha e voltei pro pescoço, o coloquei no bolso, todo babado mesmo, podem dizer ECA que eu sei que foi isso que pensaram u_u Me sentei no chão, passando as minhas mãos gélidas por meu rosto, meu cabelo ainda estava preso em um alto rabo de cavalo, eu trajava coturnos militares, calça de malha preta, e uma blusa do Acampamento Meio-Sangue, tentava lembrar de alguma coisa, mas quando seu coração é a única coisa que você escuta além de sua respiração ofegante isso não ajuda muito acredite em mim. Fechei os olhos por dois ou três segundos, e quando voltei a abri-los eu não estava mais naquele corredor, estava em uma sala redonda, com algumas colunas gregas que um dia pareciam que foram brancas, hoje estava encardido, como o chão de mármore que parecia ter um tom de cinza, aquele ambiente semi-iluminado, mas o suficiente para que eu vesse ao meu redor permanecia. - Você sabia que não deveria estar aqui não é? Vamos escolha uma porta. - Uma voz me chamou a atenção, me virei pra trás, ainda sentada e encarei um ser de duas cabeças, respirei fundo o bastante pra tentar me acalmar e reafirmar a mim mesma minha localização, eu estava mesmo no labirinto de Dédalo. - Maldito Labirinto. - Falei entre os dentes, quase como um sussurro, me levantei vagarosamente minhas costas doíam um pouco, na verdade um bocado demais, me aproximei do seu de duas cabeças que me encarava com ambas. - Escolha a direita, ela é melhor para sua jornada jovem semideusa. - A cabeça da direita tentou me coagir, mas a cabeça da esquerda não parecia nada alegre com aquele argumento, pelo contrário, ela estava realmente raivosa, tinha um semblante de poucos amigos e me encarava desdenhosa. - Como sabe do que ela precisa? Ela nem abriu a boca, estranho pois proles de Zeus geralmente são mandonas e tagarelas, queridinha você fede seu pai a distância, vamos escolha a esquerda. - Revirei os olhos, quase fui me cheirar para ver se era verdade mas constando o caso de que eu não conhecia o cheiro do meu pai seria em vão tentar descobrir se eu fedia ou cheirava como ele. - Eu escolho ... - Olhei pra ambos que tentavam me coagir com seus rostos tão expressivos, olhei minhas mãos, eu era destra, a mão que empunhava minha espada e me acompanhava em minhas batalhas, ergui a cabeça encarando-s por alguns instantes. - E então querida? - Estranhei o fato de ele estar me tratando de forma tão educada, eu sabia que aquilo era somente uma ironia, ele só estava doido para que eu escolhesse a sua porta e poder jogar na cara da outra cabeça de que não tinha sido a porta de sua preferência a escolhida por mim. - Porta da direita! - O rosto a direita esboçou um sorriso de satisfação, enquanto o da esquerda desgostoso fez uma careta para mim. A porta da direita se abriu e eu a adentrei, olhei pra trás e a porta ainda estava aberta com os dois rosto me olhando, olhei de volta pra frente, vi um enorme leão, quando eu ia voltar a porta se fechou, malditos, outra sentença de morte assinada.

Eu enfiei minha mão nos bolsos, por um segundo pensei em usar a espada, mas conhecia aquele leão, não era um leão comum, era o Leão de Neméia, seu pelo era impenetrável a armas normais, eu não sabia se minha espada se encaixava naquela seleção de armas que poderiam matá-lo, então resolvi usar algo mais inusitado, a minha correntinha, onde ficava o pingente, tirei ela do bolso e a estiquei, não demorou mais do que dois segundos pra ela crescer e crescer até virar uma enorme corda enrolada e pronta pra ser usada. Ainda escondida de trás de uma pilastras eu tentava calcular o que iria fazer, olhei pra base da pilastra, ela estava um pouco quebrada, logo algumas ideias se formaram em minha mente, era a hora de agir. Passei a corda em volta da pilastra e dei um forte nó, no teto que parecida muito baixo pra mim, ele estava a uns dois metros acima do chão, joguei a corda passando por ela, a ponta caiu por trás do leão, agora era hora de enfrentar a fera. Saí de trás da pilastra e entrando no campo de visão da criatura, eu corri na direção dele, sem espada ou arma, estaria eu correndo para morte? Talvez! Ele ficou lá me olhando como se esperasse uma deixa minha parar me devorar, quando eu já estava perto o suficiente ele tentou pular sobre mim, mas eu me abaixei, passando por baixo do leão que por três a quatro segundos pareceu confuso com minha localização, era minha única deixa, puxei a corda, ela cresceria o quanto eu precisasse que crescesse apenas eu. Fiz um laço com a corda e joguei sobre o pescoço do leão, é eu tenho uma mira da qual posso me gabar, foi então que o leão percebeu minha localização, corri em direção a pilastra que estava atrás de mim, a corda para ele não iria até lá, mas ele se debatia e tentava se soltar, andando por trás das pilastras tendo a enorme sensação de que ele sabia onde eu estava, cheguei a pilastra onde tinha amarrado a corda, encostando as costas na parede e os p´s na pilastra e empurrei com toda minha força, ela caiu pulando o leão e o deixando suspenso pelo pescoço, depois de alguns segundos ele já tinha sido enforcado e foi quando desamarrei a corda dele e da pilastra, só precisava sai dali.

Minha sombra se projetou no chão, como se uma luz atrás de mim estivesse a fazendo, quando me virei deparei-me com uma porta, de longe podia ver o que parecia uma saída, talvez estivesse fácil demais, mas era minha única chance. Minha corda já de volta ao tamanho de correntinha voltara a meu bolso, o leão ainda desacordado foi deixado pra trás por mim, quando passei uma porta se fechou atrás de minha pessoa , quase não consegui passar, minha perna direita estava machucada, não me dei conta de onde foi isso por alguns instantes, minha cabeça doía e aquilo parecia minha liberdade, andava naquele corredor onde o fim parecia a luz, mancando um pouco, por fim alcancei a luz , ela me cegou por alguns segundos, mas não o necessário para não me assustar com uma enorme criatura, uma Esfinge, ela me encarava, sabia o que queria, a resposta para seu enigma ...

"Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar."

Eu levei a mão a cabeça, parecia só ter uma resposta viável, a única que latejava na minha cabeça. - Lady Ártemis? - Respirei fundo, meu peito doía, meus pulmões pareciam ter sido dilacerados, e eu estava lá, a espera de minha liberdade ou minha morte, que talvez poderia ser minha terceira possível morte.

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Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 12 Abr - 10:56

Nichollas e Lisbeth, reclamados por mim. Fechando assim as vagas de meus Filhos!
Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 12 Abr - 13:47


Nome: Alison Harrenhal Stevan
De qual deus deseja ser filho: Poseidon
Por que a escolha do deus: Identifico-me com suas características.
Missão: Você acabou entrando dentro do labirinto feito por Dédalo. Mas além do Minotauro a solta, você corre o risco de se deparar com duas salamandras e o Leão de Nemeia. Atravesse s e conseguir, procure a saída. Porém, na saída do labirinto há uma Esfinge lhe esperando. Dê a resposta certa e livre-se do labirinto ou dê a resposta errada e perca-se para sempre dentro.
Charada: Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.

Não consigo ver nada. Mais a frente, há dez passos de distância, posso avistar um ponto de luz que dança com suas labaredas de fogo a cortar o negrume. Estou certa de que é o único lugar para onde possa ir, mesmo que não me sinta confortável em estar no subterrâneo. O que faço, então? Caminho com cautela enquanto tateio a parede áspera que está de encontro à palma de minha mão esquerda. É um archote, pelo o que posso deduzir. A tênue luz dá foco ao chão de pedra sôfrega, ao teto baixo e não deixa por passar despercebidas as ilustrações rústicas que estampam a rocha sólida das paredes. Isso me deixa ainda mais desconfortável, com o resto do almoço revirando-se dentro de meu estômago. Não faço ideia de como acabei por para ali, longe das incontáveis ruas de Los Angeles e também da sempre terna supervisão de minha mãe. Ela é uma mulher honesta, a minha mãe. Devem estar me procurando lá em cima, onde quer que seja lá em cima, mas alguém vai chamar por mim. Daria-me por satisfeita em me sentar ao pé do archote e deixar que o tempo passe, embora saiba que algo de perigoso espreita por cada curva que avisto ao longe. Posso sentir, é como se gritos amargos tivessem sabor no sopro de vento que corre as imediações do corredor. Medo é o que não me falta, na verdade; mas preciso continuar em frente. Aprumo o archote entre os dedos de minha mão esquerda e guardo a direita para o caso de precisar me defender, tenho um punhal oculto entre a dobra de minhas vestes por sobre o bolso do short. Começo a andar, então, sem um rumo pré-estabelecido; apenas a sorte me acompanha. Vou percebendo, conforme caminho, a mudança que ocorre a cada metro percorrido. As paredes, antes rústicas, passam a adquirir o calcário usado pelos primeiros governantes das grandes cidades da Grécia, e o chão, antes de pedra batida, torna-se amplamente confortável contra a sola de minhas botas. Conheço um pouco sobre arquitetura, meu pai adotivo é fascinado por construções e faz com que eu lhe acompanhe quando decide por visitar um patrimônio histórico. Ensinou-me a diferença entre o esquema tático da pedraria de milênios atrás e a que os homens dão uso nesses últimos tempos. Duas pessoas honestas, meu padrasto e minha mãe.

Está ficando mais quente, percebo. Já estou andando horas a fio e nenhum sinal indica que a saída se encontra após a próxima das curvas. Só posso ficar feliz por ter encontrado uma espada ao chão, seu cabo é incrustado de ametistas falsas e a lâmina contém hieróglifos de uma era passada. Tentei algumas estocadas ao dar de cara com o sombrio reflexo do aço negro, e admito não ter me saído tão mal quanto supus inicialmente. Agora, com um archote de chamas quase extintas e uma espada curta, só posso dizer que estou armada até os dentes. Tenho que manter o fogo longe de mim, à temperatura subiu consideravelmente e gotículas de suor fazem com que a espada escorregue de minha mão caso eu cometa um deslize. Mais um passo e o calor aumenta, isso está me preocupando. Então, por fim, faço curva em um corretor estreito e de lá vejo o que pode ser uma sala circular. Seu interior brilha com mais calor do que posso suportar sem ter um estoque considerável de água, logo estarei com desidratação e isso é preocupante. Mas para onde haveria de ir? Só tem um caminho e este segue em frente. Prossigo, é só o que resta a fazer, e observo hesitante a imensidão de fogueiras que se estendem a cada metro de distância. Toras de madeira estalam em ruídos grotescos, os anéis de fumaça sobem até o cume inextinguível onde, por regra, deve estar o teto e formas grotescas se contorcem dentro do fogo. Se um estômago é capaz de embrulhar por medo, o meu com certeza já estava dando piruetas. Lá estão - próximos à única saída que avisto - um par dos maiores lagartos que já vi. O corpo é recoberto por escamas em vermelho incandescente, assim como os olhos brilham com o mesmo tom na feição rígida e intransmutável. São dois, os lagartos. Eles não parecem fazer parte do mundo real, até porque posso jurar ter os visto embaçar perante meus olhos. Estou parada há metros de distância, as pernas já não dão sinal de vida e meu braço da espada treme convulsivamente. Quero voltar para casa, me esconder entre o aconchego do corpo de minha mãe e escutar suas doces palavras a repreender sobre a inexistência de monstros como aqueles que me encaram. Pena que não posso. Os lagartos estão se aproximando, lentos como um gato que planeja seu ataque antes de dar o bote, e não faço ideia do que deveria fazer. Aperto a espada contra o corpo e dou um passo, depois outro e quebro o círculo que pretendiam formar em torno de mim. Um dos, àquele mais próximo, é ousado o suficiente para estender as garras em direção ao braço em que carrego o archote. Parece-me idiotice jogar fogo sobre uma criatura feita dele, então recuou um passo para trás e levanto a guarda da espada contra as garras que não possuem um poder tão cortante quanto o aço. É hora de crescer.

Uso o pomo e a guarda da espada, assim como dou movimentação as pernas a cada ataque que preciso desviar. Já não me atacam mais com garras, e sim com fogo cuspido. Não tenho ideia sobre o lugar de onde fui tirar a habilidade em manejar uma espada, mas é bom que ela dure tempo o suficiente para garantir minha sobrevivência. Tenho a barra das vestes comida por carvão, logo àquela que era minha blusa favorita. Posso continuar defendendo, desferindo ataques que nada causam exceto arranhões, e continuo com a impressão de que nada vai mudar. Na verdade, meus braços e pernas estão pesando, o suor empapa a blusa em tom de preto e resfolego a cada movimento. É correr ou nada, suponho. Jogo-me ao chão em tempo de evitar a labareda de fogo que sai da boca de um dos lagartos, eles estão mais cautelosos e me atacam a distância. Corro em sua direção e faço o melhor que posso em desferir um golpe contra a língua bifurcada que balança fora da boca como se o cheiro de cinza fosse bom ao paladar. Ouve-se um guincho lamentoso e sangue empapa o chão onde respinga o pedaço de uma língua. O vomito vem até minha garganta e volta, tudo o que sinto é nojo. Mas não é um bom momento para ter nojo, tenho que sair o quanto antes e me ponho com rapidez na direção da única porta. Colunas de pedra formam um arco sobre a passagem, de perto posso sentir o cheiro de morte ainda mais forte e o vento frio como uma lâmina me acaricia a pele do rosto. Se olhar para trás, estou perdida. Seguro a espada com as duas mãos, cruzo o portal de modo a ficar do lado em que pretendo seguir, e desfiro um golpe contra o mármore com o que me sobra de força. Forte ou não, a pedra cede lentamente com rachaduras que florescem como linhas de água. Pensar na água me anima. Pouco a pouco, vejo o buraco de luz ir sendo tomado e, antes de perder todo o foco de iluminação, um rabo escamoso tenta passar apenas para encontrar o fio de minha lâmina. Faço essas coisas por impulso, é uma voz no fundo da mente que move os músculos. Acabou, penso, não há mais lagartos para temer. E pela primeira vez estar na escuridão me agrada, mesmo que o archote ainda arda com chamas tão fracas que de nada servem.

Meus pés protestam e ameaço parar, porém não o faço. Preciso de água e comida, sendo que não disponho do que mais preciso. De meu bolso retiro uma barra de cereal e fico mastigando-a sem sentir o real gosto. A rajada de vento fez com que o suor secasse em meu corpo e assim me sinto um pouco melhor, mas não muda o fato de que preciso encontrar água. Os passos são lentos e desajustados; manter-se de pé é um desafio tão grande que escorrego as costas contra uma das paredes e deixo-me cair sentada. Não tenho mais luz, possuo pouca força e em minha cabeça estou tentando me lembrar de qual a sensação de ter o sol sobre a cabeça invés de um teto infinito. Se eu voltasse, talvez, iria pedir para dar uma volta na praia. Ansiava por sentir a areia morna abaixo de meus pés, as ondas do mar lambendo-me o calcanhar e o cheiro agradável de água salgada. Era minha casa, muito mais do que o apartamento alugado por me padrasto – Quero sair daqui. – Me surpreendo com meu próprio timbre de voz. Soa estranho e rouco, deve ser porque não disse nada desde que pus os pés naquele maldito buraco onde me meti. Escuto outro ruído, não se assemelha em nada com a voz humana, mas é como um grunhido de touro. Não posso dizer o porquê, entretanto sinto cada pelo de meu corpo se eriçar do mesmo modo que um gato se eriça ao defrontar seu inimigo. Percebo que o ruído vem do outro lado da parede, por outro corredor ao qual não percorri ainda. É uma sorte. Porém sortes acabam; então me coloco de pé e torno a caminhar tateando a parede às cegas. Tem uma bifurcação logo à frente, o caminho da direita dá passagem para um emaranhado de plantas; já o da esquerda é outro corredor simples. Opto por seguir pela direita, afinal me parece mais seguro. Existe um cheiro no ar, sinto-o como um cão fareja comida ao longe; fico com água salivando na boca. É uma fonte que gorjeia água, está explicado o motivo pelo qual me exalto! Corro até lá, buscando forças onde não tem, e mergulho as mãos em concha dentro da água corrente. Um gole, dois, três e me sinto como se pudesse derrubar três lagartos de fogo. Se a água é segura? Não faço ideia, mas morreria do mesmo jeito caso não a tivesse tomado. Estando saciada, volto-me para o salão amplo onde uma forma escura e pequena me olha. Comprimo os olhos em busca de enxerga-lo melhor, parece ser um cachorro pequeno, àqueles que mal roçam no joelho de seu dono. Vou a sua direção, não há porque temer um cachorro e ele pode estar perdido também, seria uma companhia melhor do que minha sombra.

Foi uma idiotice e xingar-me-ia pelo resto da vida por tal coisa. O cão, antes pequeno, ganhou dimensões que o tornavam várias cabeças mais alto do que eu. Seu corpo era revestido por uma grossa camada de pelo prateado, as presas brilhavam na escuridão e um rosnar afetado saía de sua boca. Um leão, não um cão. Eu poderia ter combatido dois lagartos, mas via-se grande diferença entre eles e aquela fera tremenda a rugir. Não tive escolha que não correr. Saco a espada enquanto me espreito contra a parede, estou apostando que a escuridão pode me ajudar, mas algo me diz que ele sabe trabalhar com o olfato. Uma pata aparece, vinda só Deus sabe de onde, e bate de encontro à parede há poucos centímetros de mim. Pedras caem uma sobre as outras em reação a força do impacto, temo que a construção possa desmoronar caso ocorram outros impactos de força semelhante. Mas o que eu posso fazer? Sou pequena e magra, só o que resta é tentar me esquivar. Dez passos meus equivalem a uma passada do grande leão, ele ruge e prossegue tateando com as patas. Tento acertar a espada contra parte mais próxima de seu corpo, entretanto causo mais dano em mim do que no monstro. Seu pelo parece metal, assim repeliu minha força e a jogou contra mim de tal modo que noto ranhuras na lâmina que envergo. Volto a correr, o salão não parece ter fim e o tranquilizante ronronar de água contra pedra já não chega aos meus ouvidos. Posso ver outra forma mais a frente enquanto me abaixo para evitar o golpe que passa levantando poeira, é menor do que o leão, porém apresenta uma formação corporal semelhante. Conheço-a dos livros que li quando era mais nova, na verdade foram os livros que minha mãe leu para mim já que tenho problemas com a leitura. Uma esfinge, mestre das charadas.

O que está acontecendo? O mundo parece ter mudado de face desde que caí dentro do esgoto em uma das ruas de Los Angeles, nada tem sentido e essas estranhas criaturas parecem me encontrar pelo cheiro. Pare o mundo que eu quero descer, penso. O grande leão recuou perante a imagem da esfinge, via-se respeito mútuo entre as duas grandes criaturas; porém a do Egito antigo comandava. Isso é bom? Será? Só resta descobrir. Vou à frente de espada em mão, tento passar pelo vão ao lado da criatura imóvel e está joga-me contra o chão sem grande esforço. Penso em dizer algo, forçar caminho, mas a voz alheia chega antes de mim – Só poderá passar por aqui aquele que for capaz de responder minha charada. Pode se recusar a responder e voltar, porém deve saber o que lhe espera. Responda corretamente e o caminho é seu; erre e morre. – – Não sei o que me assusta mais, o tom cortante ou a possibilidade real de morrer. Olho para trás e a sombra do leão ainda me espera, ansioso por ter minha carne para mastigar. É isso, vivo ou morro dependendo da pergunta – Vou responder. – Digo com a voz trêmula, já não me serve a coragem dada quando ingeri água. E lá vem a charada – “Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar. “ – Fim. É isso, não sei responder, sou péssima em charadas e aquela em nada se parece com as que minha mãe citou ao ler o mito da esfinge. Uma criatura mitológica, penso, em um local onde a mitologia parece ter vida. Existe algo, ou melhor, um nome que se enquadra. Tenho que dizer já que nenhuma nova ideia me vem à mente, espero estar correta quanto a relacionar a mitologia grega – Ártemis. – Se olhar para trás, estou perdida.
Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 12 Abr - 16:04

Reclamação
Hades!

Nome: Alessandra "AJ" Jordan Killian

De qual deus deseja ser filha: Hades

Por que a escolha do deus: Sei lá, porque eu quero, ué. Vou ficar escrevendo abobrinha nesse item para quê? e_e'

Missão:

Ouço ao longe sons de corridas e os berros das meninas do chalé de Ares, e antes de começar a minha reza para os santinhos, deuses, sátiros, whatever; faço a minha nota mental: caso eu sobreviva, nunca mais serei inocente ao ponto de aceitar pregar uma peça com as meninas de Hermes. Até porque o verdadeiro alvo da brincadeira fui eu, as meninas de Ares foram um bônus; e agora essas esquentadinhas estão atrás de mim, apenas. Eu necessito de um local para me esconder urgentemente ─ Antes viva no inferno, do que morta no punho de Zeus. ─ Solto o pensamento em voz, alta, quase como uma súplica, com a minha mão presa ao machado de prata que eu havia pego emprestado de um dos filhos de Hefesto para treino, junto de três adagas igualmente de prata. Como se alguém tivesse ouvido as minhas preces para me esconder, quando dou um passo para trás ao perceber que as filhas de Ares estão perto do local onde me encontro, tento me espremer entre duas enormes rochas para me esconder e... Despenco num poço que eu não tinha visto nunca em meio ao meu desespero. OK, quando eu disse que preferia ficar viva no inferno, eu não estava falando sério. “Não quero ficar no submundo”, penso aflita. ─ Eu tava brincando, senhor Hades! ─ Reclamei, de borco no chão de pedregulho num subsolo que era precariamente iluminado pela lua, que emitia raios que entravam timidamente pela cratera que eu havia deixado logo acima. Encarando de modo cômico, eu poderia dizer que o acontecimento se assemelha muito a uma cena de filme, se eu pudesse ter visto de fora tal ocorrido. Levanto-me, dou umas tossidas pesadas e carregadas perante a poeira e umidade do subsolo estranho e desconhecido, e dou umas batidinhas de leve em minhas roupas. Sorrio e digo ─ Isso foi irado. ─ Irado até o exato momento em que eu acabo de falar e a cratera logo acima de minha cabeça e possibilitaria a minha saída deste lugar se fecha, me deixando completamente no escuro abaixo da terra. ─ Tá de brincadeira. Isso não pode estar acontecendo. ─ Meu tom atônito começa a tornar-se esganiçado conforme cada passo que eu dou a frente, oculta pelo escuro que se formava em toda minha volta. Mesmo que minha vista pudesse se acostumar à escuridão, eu não teria nada para ver já que eu me encontro num local envolto de pedras. ─ EI, ALGUÉM AÍ?! ALÔ? TEM UMA GAROTA QUE FOI ENTERRADA VIVA AQUI EMBAIXO! ─ Berro, olhando para cima sem realmente ver alguma coisa. Bufo e tento manter a minha costumeira calma, já que é uma coisa um pouco rara eu perder a cabeça por pouco caso.

Alguma coisa com certeza estava estranha. Isso não parece exatamente uma lacuna, e o chão não é tão irregular quanto pensei que seria, ou o salto baixo e largo das minhas botas de cavalgada que eu usava para substituir as botas de solado flexível dificultaria os meus passos, apesar de não ser tão confortável quanto pisar num chão asfaltado, ou na terra fofa. Franzo a testa e grito outra vez, mas não para cima, e sim para o local que se encontrava fronte a mim, de onde exalava uma brisa morna que uma cratera limitada não deveria soprar ─ OLÁ! ─ O eco de minha voz percorreu longe, o que me fez concluir que isso não se trata de um buraco tão limitado quanto eu achei que fosse. ─ Tchutchururu lararara, uuuuuuh. Continua sem parar, hein? Eco? Ecooooo? ─ Brinco com o som emitido pelo... corredor? Não sei exatamente se é um corredor, entrementes é o mais próximo do que me parece no momento, que até então não enxergo absolutamente nada. Até então me lembro de que tenho algo no meu bolso que pode me ajudar a ver ao menos uns dois ou três metros a frente de meu nariz. Semicerro os olhos e vasculho as minhas vestimentas a procura de Bobby, meu isqueiro que tem uma capa de metal que tem desenhado nas laterais a bandeira dos Estados Unidos. Acho-o no bolso de minha jaqueta jeans e abro o mesmo entre meus dedos, apertando um botãozinho que ecoou alto no espaço vazio e uma pequena chama incendeia o topo do objeto, fazendo com que eu enxergue bem melhor do que com a luz limitada da lua que passou pela cratera temporariamente aberta. As paredes rochosas parecem mais lisas do que eu imaginei, cheias de musgo e com o aspecto úmido que eu havia sentido antes, o chão feito de tijolos desgastados, e metros e metros de extensão. Se trata mais do que de um simples corredor. Largo e sem fim ao alcance de meus olhos ─ Isso... Isso é um túnel. ─ Balbucio em voz baixa e levemente surpresa com o tamanho do local. Tiro o machado da bainha onde ela se encontrava pendurada ao lado de minha perna, utilizando a prata para ajudar com o reflexo da luz da pequena chama e iluminar um pouco melhor o subterrâneo. Isso aqui não é o submundo, com certeza não; já que ele não teria um espaço tão limitado assim. Então o que era?

Vejo ao chão um pedaço comprido de madeira, com a ponta carbonizada, presa em alguma coisa que parecia ter mais consistência, porém eu não podia dizer exatamente o que era aquele material. Alguém havia feito uma tocha, ou seja, alguém já esteve aqui no mesmo lugar que eu estive. Com certeza deve ter escapado e largado a tora acesa ali. Me aproximo do velho pedaço de madeira, com o isqueiro aceso a minha frente e perto do machado. Abaixo o mesmo e deixo apenas iluminado por Bobby. Com um pouco de paciência, aproximo a pequena chama para a ponta que fora queimada e a tocha logo explode em um fogo mais amplo que me deixou ter uma visão bem melhor do túnel e do que prendia a tocha. Eu preferia tão ter visto o esqueleto que se decompunha ali, segurando minha única fonte viável de luz. Prendo a respiração em minha garganta e levo minha mão, com Bobby desativado, não podendo deixar de ficar um pouco atônita. A pessoa a quem pertenceu este monte de ossos devia ter perecido de alguma outra forma, no entanto não fora por não conseguir encontrar uma saída. Eu tenho certeza que não. Me iludo de tal forma para me manter branda e racional. E como não posso voltar para trás, passo a explorar o território novo.

***
Poderiam ter sido apenas segundos, ou também sido minutos, ou até horas do qual eu comecei a minha caminhada pelo túnel enorme e enjoativo. Eu só conseguiria ter alguma noção de tempo quando conseguisse arranjar alguma curva para virar nessa imensidão subterrânea. Iria preferir até que o percurso ficasse um pouco mais íngreme, só para eu ter certeza de que havia conseguido algum avanço para achar a saída daqui, porém nada. Quando finalmente estou prestes a desistir e aceitar o fato de que eu morrerei e mofarei neste espaço úmido e indigno, o túnel tem suas paredes tomando um ângulo estranho, até que percebo que esta inicia uma tímida curva para a esquerda. Analisando bem agora, eu devia ter exagerado mediante ao meu psicológico desesperado de estar soterrada viva, mesmo negando para mim mesma que minha calmaria tivesse oscilado. Eu posso mal ter andado cinquenta metros, entrementes posso ter andado dez vezes mais que isso. Preferia pensar que estava mais perto de voltar ao acampamento do que imaginar o enorme período de tempo que eu utilizaria para retornar ao local que eu conheço. ─ Oh shit. ─ Exclamo ao me deparar findando o túnel com uma parede extensa que porta duas portas. A da direita e da esquerda. ─ Calma AJ. Calma. Você vai manter a racionalidade e, escolher um túnel de forma consciente. Uni-du-ni-tê! Sala... Como é o restante da música? Ah, vai pro inferno! ─ Pergunto, apontando para a câmara do lado esquerdo, entrando em estado vegetativo por um momento e a tocha com a chama acesa, né? Solto um bufo e entro no túnel esquerdo, revirando os olhos por tamanha imbecilidade de minha parte ao cantar uma música tão infantil para tomar um rumo tão sério. O caminho está com o quíntuplo de umidade que eu havia sentido metros atrás, e além de mais amplo, também é estranhamente abafado, agora meus passos também criam um eco por onde eu passo, por conta do piso estar mais liso e com azulejos lustrosos e irregulares no chão que fora cimentado antes de ser colocado o novo piso. Estranho. Ilumino as paredes com a tocha e não encontro nada de diferente das paredes do início do túnel. Soltei um ofego cansado e a tocha só deixava o local mais abafado, podendo jurar que o piso e as laterais estão pelando. Com a mão livre de armas até então, começo a abanar meu rosto para evitar algum suor, mesmo sentindo que as cataratas do Iguaçu jorravam de todos os cantos de minha face. Pode se ter certeza de que eu não suporto o calor, por isso mantenho a pele albina tendo morado antes no norte do país, e no sul do Canadá, fugindo com o circo e o palhaço aleijado que se revelou meu sátiro há semanas atrás depois da morte de meus pais adotivos.

Com o meu grande otimismo e minha certeza de que eu iria morrer carbonizada num local que nem ao menos pega fogo, ouço passos que soam aquosos (?) aos meus sentidos de audição, que me fizeram frear instantaneamente e prestar mais atenção nos ruídos que se propagavam em minha volta. Estreito os olhos e afasto a tocha um pouco de meu rosto, iluminando melhor os cantos do túnel abafado. Meus ouvidos dão a impressão de que não são exatamente passos que faziam este som aqui por perto, poderia ser muito bem algum ser rastejando. Este som de aproximação vem de trás. Deixo a tocha encostada a um canto, com a luz exalando de forma mais fraca, porém mais extensamente pelo túnel largo e espaçoso, retirando duas adagas de prata com quinze centímetros de comprimento cada uma e deixando-as ao lado do corpo, com os punhais firmes nas palmas das mãos, e viro-me de modo cauteloso para trás, separando minhas pernas na mesma distância que é equivalente a altura dos meus ombros. A ligeira luz que reina o meio do túnel me faz deparar que tem, no mínimo, dois metros de altura, com feições feiosas e esticadas, mas estranhamente secas que não disfarçam seus traços que lhe denunciam como um anfíbio gigante. O calor não parece a incomodar, o que me faz concluir que é uma criatura Elemental do fogo, só não sei exatamente o que ela é. Ainda. Eu não ousaria dar o primeiro movimento, mas eu não iria aguentar tanto tempo sem fazer nada; e eu sei que o bicho não me deixaria sair sem passar por ele. O brilho fraco de seus olhos me mostra que ele é um ser mais racional, eu sei que é.

Ao mínimo levante que eu executo ao dar um passo a frente, com as adagas presas pelo punho, o anfíbio avança veloz até o local onde eu estou, fazendo-me oscilar por um instante até que eu não tenho mais tempo para investir o primeiro ataque à ela, o que lhe dá a dianteira para me golpear com algo enorme que pertence a parte traseira de seu corpo, comprida para me fazer concluir que é uma cauda. Essa joga seu pesado rabo contra a lateral de meu corpo, na altura do quadril com o a fim de me derrubar já no início da batalha; mas meu transtorno de déficit de atenção me faz me jogar num mergulho por cima de sua cauda ainda em movimento, e minhas pernas se erguem conforme essa parte do corpo da criatura dá seu giro de setecentos e oitenta graus em relação de onde ela estava antes, enquanto para amortecer a minha queda, os meus antebraços tocam o chão, me permitindo rolar numa cambalhota em solo para escapar da investida. Não exatamente paro de pé, entrementes continuar agachada me dá a chance de também investir contra seus membros inferiores. Patas com a superfície pegajosa estavam a uma distância considerável de onde meus braços poderiam alcançar, então logo após minha desvencilhada, me encontrando com o corpo encolhido ao solo de modo defensivo, invisto num giro horizontal do braço direito, com a ponta da adaga voltada para o mesmo sentido do percurso da guarda direita, tentando-lhe golpear com a lâmina nas panturrilhas, da esquerda para a direita (no sentido dela). O anfíbio mutante é com certeza um ser mais racional do que as outras criaturas, já que teve a decência de recuar para trás antes que minha adaga conseguisse fazer algum ferimento mais profundo do que um leve raspão que não influenciaria em um mover de pernas, e vendo que ela percebe que eu havia escapado de seu primeiro golpe, ergo-me de onde estou e tento me deslocar para distância segura da cobrona antes que ela investisse algum ataque contra mim novamente. Sua cauda novamente tenta chicotear contra mim, e no meu passo de retrocesso, essa me atinge na altura do estômago, me jogando para trás e cambalear perigosamente. O corpo dela bloqueia uma boa parte da visão que eu tenho da luz da tocha, o que dificulta bastante a minha guarda e ofensiva. Respirei fundo, tentando recuperar o ar que me foi tirado, mantendo a calma e tentando me manter em posição calculista. Meu tronco queima, bem na região em que o anfíbio batera seu rabo, mostrando um vergão vermelho e chamativo em minha pele, por debaixo da roupa. É uma salamandra! ─ OK, quer jogar comigo? ─ Pergunto, num tom carregado de desdém.

Aposto que na força eu não poderia investir contra a mesma, porém eu ainda era um tanto rápida e poderia conseguir alguma coisa que não fosse apenas apanhar de uma criatura mitológica e patética. A dois metros da salamandra, agarro-me as minhas adagas que até então são as minhas esperanças, avançando três passos no início de uma corrida, vislumbrando a criatura avançar em um passo e investir seu braço direito contra meu rosto com todo o peso que poderia reunir, flexionando os joelhos e curvando minhas costas para frente num curto período de tempo, enquanto a salamandra ainda encerra seu ataque com o braço, me mantenho reta novamente e num movimento com a lâmina posicionada verticalmente, meu braço esquerdo ergue-se a minha frente num arco largo, esticado e de baixo para cima, mantendo o punhal da lâmina firme na mão para que ela não oscile ao acertar a carne da salamandra. Metade da aço afilado transpassa por uma parte dentre as costas e o braço que se encontravam agora do meu lado direito, liberando um pó brilhoso e metálico que as criaturas soltam quando feridas profundamente. Me aproveito do tronco da salamandra ferida nos ombros virado para a direita (do meu ponto de vista), giro o corpo de modo que eu não colida com a fera e me desloco para sua retaguarda, no entanto não estando a tempo de atacá-la pelas costas, já que ela vislumbra que percorri para o outro lado do túnel e se vira novamente para mim, em defesa com os dois braços erguidos em minha direção. ─ Vê-se me erra, sua inválida! ─ Exclamo debochadamente. Péssimo momento para lançar uma sentença de provocação, já que perco tempo, concentração e o contra-ataque de cauda da criatura que me leva ao chão ao golpear-me nos pés, quando a raba da anfíbia acerta com brutal força que não os quebra, mas que me faz perder a tenacidade dos meus pés do mesmo método. Antes que eu possa processar o fato de estar de costas ao chão, o pé direito da salamandra prende meu punho esquerdo ao solo, impossibilitando-me de usar a adaga na mão esquerda, porém mesmo assim não a solto, apesar do ardor da pele da criatura contra meu pulso. Tento desprender meu antebraço do aperto da mamãe sapa (?) mitológica de meu antebraço, esta ergue o pé e faz menção ininterrupta de que está prestes a imobilizar também o meu braço direito, porém rapidamente tiro este da proximidade do azulejo morno, e cravo a adaga da direita no tornozelo da salamandra que me impede de usar a outra guarda, onde mais da metade da lâmina se aloja. Instintivamente ela afrouxa o aperto e me tira a oportunidade de recuperar minha adaga, porém ainda se encontra acima de mim e pode investir com suas mãos e a sua cabeça ─ não posso descartar essa possibilidade ─ caso eu tente me levantar. Meu braço direito se eleva acima a minha cabeça, onde o tronco custosamente a mantém erguida no ar, a adaga que agora eu agarrava na lâmina que tentaria dar um giro de dois metros até meu alvo. Tão fácil quanto respirar, meu pulso se ajeita de modo firme enquanto minha mão se prende de modo seguro nas laterais da lâmina da faca, dando brecha para esta voar na hora de minha jogada. Com a força que consigo reunir, atiro a adaga que se solta de minha mão na metade do percurso que meu braço executa, parando ao lado do meu tronco, e a arma leve habilidosamente em disparada, girando quatro vezes em seu próprio eixo e fixando-se na testa da salamandra. Ela cambaleia para trás, com as mãos no rosto, me dando uma brecha para tirar a última adaga de minha bainha e levantar-me, com mais espaço livre para executar meu ataque a distância ser que ele erre seu percurso. Com a mão direita presa ao afilamento de prata da faca, jogo minha perna esquerda para frente, erguendo a guarda que porta a arma, deixando-a firme e com brecha na vertical. Um metro de distância, um giro de prata e estava acabado. Jogo a adaga, liberando-a do aperto de minha mão quando meu braço atinge um ângulo de cento e oitenta graus em relação ao meu ombro, e vendo o percurso da adaga, que dá uma cambalhota inteira em seu eixo enquanto percorre a distância que me separa da salamandra, em feloz. A lâmina crava no peito da salamandra, jorra uma grande quantidade de pó dourado. A gravidade do ferimento era muita, já que a prata estava inteira alojada no peito do monstro, fincada profundamente nos possíveis órgãos da criatura, cujo eu desconheço a existência de um coração. Mas isso não aconteceu antes dela arrancar a adaga do olho e jogar toscamente em minha direção, de onde desviei sem muito êxito em evitar um corte na lateral do corpo, não profundo o suficiente para me matar, porém dolorido do mesmo modo e bem notório. Urro ao sentir a minha pele ser cortada, levando a mão na área ferida, sem encostar de fato. Apenas evitei olhar a lesão, afinal a dor é apenas psicológica e se eu esquecesse, talvez eu deixasse de senti-la.

A criatura se esfarela em pó dourado no local seu corpo mal chegara a bater no chão ao fraquejar com o golpe fatal de minha arma, deixando para trás apenas minhas armas sujas de um líquido metálico e pegajoso como prova de que ali houvera uma batalha. A tocha que me possibilita de enxergar algo no escuro da caverna continua ardendo, porém se continuar jogada de tal modo no piso não haverá mais claridade ─ mesmo que escassa ─ para me guiar. Recolho minhas três adagas e prossigo.

Novamente o túnel me levava apenas em uma enjoativa e maçante linha reta, que estava começando a encher a minha paciência ao extremo novamente. Desta vez eu tinha certeza que havia andado mais de dois quilômetros, onde a estrutura do labirinto continuamente mudava de uma para outra conforme eu ignorava as câmaras de muitas portas que apareciam a cada quinhentos metros ─ sei lá, uma estimativa nas distâncias, apenas ─ nas quais variava para um piso mais arenoso, outras mais escorregadio, e logo mudava novamente para uma superfície de tijolos. Para ser sincera, eu preferia esse tipo de busca do que virar uma esquina e encontrar uma nova criatura para enfrentar, em pensar que iria arranjar mais ferimentos como a do lado de minha barriga. Minha camiseta estava quente e grudenta, mas não quero pensar no sangue. Apenas prendo a minha respiração quando meus pensamentos se voltam para meu ferimento e penso em outra coisa, do tipo, como irei fazer para sair daqui. O que exatamente esse lugar é? Não sei, mas a área que eu caminho neste instante faz muito barulho conforme eu o percorro, com o chão composto de ferro, envolto de paredes igualmente metalizadas. Minha tocha está quase queimando até metade, e eu estou aqui faz horas, tenho certeza que sim. Um determinado ponto em que atinjo, o túnel de ferro fica ainda mais largo que o normal, e bem mais frio também, até que aos poucos vai se dividindo em dois caminhos. De novo, qual escolher? Levando em conta que ao virar a esquerda da última vez havia me rendido uma bela dor de cabeça para conseguir seguir em frente, decidi levar em conta que a direita poderia me trazer um pouco mais de sorte. Talvez. ─ Seja o que Zeus quiser. ─ Falo, com um pouco de sarcasmo, decidindo tomar o caminho da direita. Cheia de incertezas, prossigo com a tocha reluzindo o ferro que ficava estranhamente mais lustroso, tornando o lugar mais iluminado. Isso não me deixou nem um pouco mais tranquila. Ando mais uns cinquenta metros até me deparar com o fim do túnel, a mesma parede com musgo e rochosa onde se iniciava o enorme poço no Punho de Zeus. Mas eu não estava abaixo do Acampamento Meio-Sangue. Não mais. Só sei que estou cansada e com fome. Permito-me apagar a tocha, socando a ponta da mesma contra o musgo com brutalidade desnecessária, já que continuei malhando o pedaço de madeira contra a rocha mesmo dois minutos depois de ela ter se apagado. Com alguma sorte o sono leve que eu possuo e a lataria que me envolve neste túnel gelado, possivelmente eu ouviria quem chegasse aqui num raio de trezentos metros pelo barulho que iria ecoar ao meu perímetro. Deito-me no chão; durmo o que me parecem ser horas depois que desperto ouvindo ruídos de passos pesados bem distantes. Eu não estou sozinha. Isso era pra ser uma coisa boa, não era? Arqueio as sobrancelhas e ergo-me num pulo, pegando a enorme tocha e tomando-lhe em minha mão esquerda, o machado em minha mão direita. Esperava que não fosse um inimigo, afinal não estou disposta em correr, e minha ferida ainda estava aberta ao lado do corpo, eu perdi uma quantidade considerável de sangue.

Ando rapidamente pelo caminho aonde cheguei à mesma parede sem graça de musgo e me deparo novamente com o túnel mais largo, à minha esquerda desta vez, e o túnel mais estreito, que eu havia me recusado a cruzar antes, mas achando agora uma boa ideia que eu pegasse esse caminho antes de me deparar com algo que esteja fazendo um barulho tão estrondoso, que não deveria ser menor que um ciclope, talvez. Como eu sei qual caminho eu havia percorrido antes? Meu sangue havia pingado quase o caminho todo até aqui, e o ferro estava marcado com o sangue seco ─ que mais uma vez me fazia ter noção da hora, eu havia dormido durante um bom tempinho de fato. Fui para a lacuna da direita, esperando alguma saída, qualquer uma que não me fizesse deparar com algo que coloque minha vida em risco. Quando considero a ideia de acender a tocha com meu isqueiro novamente, não precisei nem mesmo pensar em onde havia colocado Bobby no meio das roupas quando miro com os olhos o fim do túnel já próximo, emitindo uma luz laranja na área que era preenchida por mim. Enquanto chegava a nova possível câmara, não conseguia parar de comparar esses caminhos inúmeros que me levavam pros locais mais improváveis com algo que eu já havia ouvido falar, de modo muito passageiro, mas ainda sim já escutei. Tá na ponta da língua. De qualquer forma, adentrei o novo ambiente desconhecido, armada com o machado e a tocha... Bem, ela não ia ser necessária mesmo, então joguei a mesma num canto do local ferroso.

Passo para a câmara, onde ela tem um amplo espaço que se assemelha a uma enorme arena, porém quase todo seu perímetro está cheio de ruínas, grandes pedras empilhadas umas nas outras, formando escadas irregulares em volta do piso arenoso que estava bem no centro do local circular. Mesmo com um pouco de insegurança, olho para os dois lados para me certificar de que não tem perigo reconhecer o território antes de procurar por alguma pista útil e descobrir de este amplo local é o que eu tenho em mente desde uns instantes atrás. Meus olhos nãos visam nada ameaçador, então com um pouco mais de determinação e coragem de exploração, desço das pedras e me direciono até o solo arenoso que se encontra na depressão das ruínas, só para ficar decepcionada. Decepcionada, exposta e em perigo também. Um ronronar prazeroso e selvagem soou metros atrás de mim, anunciando que eu não estava sozinha nas ruínas; o que me faz engolir em seco, soltar um pigarro e virar-me lentamente para trás. O impacto não foi menor com o movimento lento que eu fiz, ao me deparar com o grande Leão de Nemeia. Fico em guarda com o machado ─ Huuum, eu acho que eu vi um gatinho! ─ Uso a minha voz mais infantil possível para zombar do grande felino. (OFF: Piu-piu e Frajola feelings) Foi uma péssima hora para utilizar o meu dom humorístico, pois se o leão entendeu a minha piadinha infame, com certeza não me pouparia de uma morte lenta e dolorosa. Separo minhas pernas numa altura que se assemelha na largura de meus ombros novamente, fixando um pouco mais os meus pés no chão arenoso e apertando os nós de meus dedos no punhal do machado. Mas espera aí... Eu não vou conseguir atacar o Leão de Nemeia mesmo com uma lâmina grande dessas, vou? Creio que não. Minha memória boa não me engana, entretanto não consigo me lembrar do por que.

Isso dá uma brecha para o leão saltar sobre mim, mais atiçado ainda pelo cheiro do sangue de meu ferimento causado recentemente e não devidamente limpo e costurado. ─ Merda! ─ Exclamo, não vendo uma solução melhor do que rolar com o corpo encolhido para o lado no chão cheio de areia, sendo que um ataque frontal e direto do leão havia falhado por pouco, o que o fez bater com o focinho na rocha atrás de mim, uma vez que eu estive parada neste local, onde sua tentativa de me pegar fora falha. Aproveitando estar de frente com a lateral do corpo do poderoso felino, ergo o braço direito que porta o machado médio de prata e com a lâmina pesada do arsenal de lenhador, utilizo toda a força que tenho para tentar penetrar a carne do leão, porém o machado o acertou sem nenhum efeito, pelo contrário. Minha mão sente uma pontada horrível de dor com a colisão ruidosa, que infelizmente chama a atenção do Leão e não me proporciona tempo para sentir qualquer tipo de dor. Ele vira seu focinho para mim, na hora em que recuo outra vez por um fio de seus dentes rasgarem meu tórax e abdômen, porém tropeçando em meus próprios pés, onde o terreno arenoso não iria me oferecer nenhum tipo de ajuda para a coordenação motora de minhas pernas, então acho que correr para saída também não seria uma opção. Ele rosna como quem zomba. Minha retaguarda e a areia amortecem a minha queda no solo, porém o leão iria avançar para mim outra vez, e este se preparava para dar um salto até onde eu estava. Considerando a sua altura enorme e o cumprimento de suas patas, posso dizer que se eu fosse esperta o suficiente... Me ponho agachada em meus calcanhares, esperando o animal saltar para dar o bote em sua vítima aparentemente indefesa, com os cantos rochosos da arena em ruínas me impedindo de recuar de algum jeito. Então ele salta e sua altura máxima atingida alcançou mais de um metro, me dando brecha para me jogar contra ponto oposto onde o leão se encontrava antes de se lançar contra o espaço que antes o que ocupava era a minha cabeça, conseguindo rolar numa cambalhota em terra debaixo do leão antes que a gravidade o levasse de volta a areia.

Firmo o machado em mãos e me ponho de pé novamente, me virando pra fera, enxergando com um pouco de dificuldade perante a poeira cujo havia se erguido no perímetro em que estávamos, o que me faz recuar alguns passos para ter um tempo para pensar, com dificuldades de concentração ao ouvir o sonoro rugido voraz do Leão de Nemeia. Por que eu não havia conseguido feri-lo com o machado? Hércules, depois que derrotou este mesmo leão, havia se apossado da pele do animal como troféu. A pele. A pele dele o protege, é impermeável. ─ Ah que ótimo! ─ Maravilha. Como vou matar esse animal? Eu teria que me desvencilhar dele até pensar em algo, e rápido, eu não poderia desviar para sempre, uma hora eu vou cansar e não terei mais forças pra conseguir dar conta de um bichão deste porte. Mantenho a minha guarda protegida com o machado na mão direita, respiro fundo, mantendo a calma e a mente limpa. Teria que limpar quaisquer indícios de emoção aparente e agir com frieza no meio de uma batalha de tamanha importância, principalmente sabendo que é minha vida que estava em jogo. Avanço uns passos para perto do leão, me mantendo no centro do terreno para me garantir e fazer um bom uso dele e evitar ser encurralada novamente. Ergo a mão esquerda e gesticulo, mandando o leão vir até mim, com um sorriso malicioso nos lábios. ─ Alê quer brincar, meow. ─ murmuro. A poeira finalmente perdeu sua vez e o felino avança com os pés firmes em terra desta vez, e eu não teria como fugir por baixo outra vez. Em alta velocidade quando uso as duas mãos para segurar o punhal do machado e bater com a lateral de sua lâmina pesada em seu focinho, do sentido direito para o esquerdo. Pode não machucar, mas fará sua ofensiva vacilar e sua face desviar para o outro lado, mantendo sua boca enorme longe da minha carne nova. Encho a minha mão esquerda de terra e mantenho a mão direita somente com o machado, outra vez. Recuo passos para o lado onde o focinho dele não está virado e tento acertar-lhe na barriga, com a lâmina voltada verticalmente para cima, movimentando meu melhor braço de baixo para cima. Não foi desta vez, já que a pele de baixo é tão resistente quanto a restante. ─ Holy shit! ─ Exclamo quando a face da criatura se volta para mim novamente, e enquanto este se posiciona de frente pra mim outra vez, com o nariz a meio metro perto de me dar uma dentada fatal.

Direciono a minha mão esquerda perto do focinho do monstro, jogando a areia nos olhos da fera, com os afins de atrasá-la. ─ Fica de olhos abertos, neném. Fica! ─ Aproveito a deixa para disparar o mais rápido que o terreno cheio de areia me permite para suas laterais, me jogando em cima das rochas com extremo esforço, subindo as escadas irregulares das pedras. Mas mesmo fugindo dele, ele vai me alcançar caso considere atravessar os confins dos túneis para me achar, então não iria adiantar nada apenas essa investida da areia. Viro-me para o leão, determinada a arranjar um modo de finalizá-lo, ou lhe fraquejar. E então veio a brecha na armadura do enorme Leão de Nemeia. Seus olhos não são exatamente da mesma pele que cobre seu corpo, ou seja, se eu puder atingi-lo bem nos globos oculares... Bem, aí ele se vire, de preferência que morra. Podem me chamar de louca, mas eu realmente sei o que eu estou fazendo, enquanto recolho uma pedra do tamanho de meu punho do meio das ruínas e jogo na direção do leão. Ele vai sentir da direção que veio o bombardeio ─ Aí, seu imbecil! ─ Grito para dar ênfase no meu desafio, vendo-o se recuperar de uma irritabilidade dos olhos e ameaçar começar seu percurso até mim. Com o machado oculto na bainha e as duas mãos preenchidas com minhas três adagas. Eu tenho três chances e não posso desperdiçar, sustentando o pensamento “ele é só um gato muito grande”. Meu alvo está a dez metros e diminuindo o espaço entre nós, e neste instante levanto o braço direito com a adaga agarrada na lâmina, firmemente segura e deixando brecha entre para a arma ser liberta quando eu a lançasse. Ao mesmo tempo que jogo o braço direito a frente num longo arco, avanço um passo com a perna esquerda para dar impulso e uma ajuda a mais na força do pulso que se encontrava duro. Quando o braço forma um ângulo raso em relação ao meu ombro, permito deixar a faca leve voar de minha mão, em alta velocidade e alcançando em expectativa os cinco giros em seu próprio eixo antes de acertar em cheio o olho direito do leão. A tenacidade de meus músculos e a força exercida sobre a arma foi o suficiente para que a lâmina ficasse totalmente oculta no globo ocular do monstro. Mas isso não o fez recuar tampouco, só o deixou mais irado, mais vacilante, porém voraz. Seu outro olho teria que ser inativado. Ele avança mais um metro, o que me obriga desta vez a segurar a adaga no punhal, levantando o braço e dando mais um impulso para frente com a perna oposta à mão de lançamento, atirando-a novamente, soltando a faca no meio do arremesso e vendo-a dar quatro giros e meio. Não foi o suficiente, mas a faca ficara pendurada na órbita esquerda dos olhos do leão, que agora sangrava em abundância no olho direito; vacilando e pendendo no chão. Não está morto ainda, certeza. Eu não vou ficar pra me certificar, não sou estúpida e ignorante a esse ponto para subestimar um ataque surpresa de uma presa que se finge abatida. Bato continência para o leão inerte ─ Mande um beijo para senhor Hades por mim, quadrúpede. ─ Estranhamente não me sinto uma intrusa tocando no nome de Hades de forma vã. Sorrio cinicamente e desfaço o semblante na mesma hora, me lembrando de que tenho que ir embora.

Já no meio do caminho de volta no túnel saindo da área do túnel de metal, com a tocha novamente acesa depois que recolhi o pedaço de madeira na entrada da câmara arenosa, seguindo o rastro do meu sangue e das cinzas da minha fonte de iluminação que por algum motivo não havia sido varrido do chão depois que percorri por aqui ─ acho que pela ausência da brisa costumeira nos túneis. Esse local é de uma demasiada extensão, mas quem fora o senhor inteligência que teve a labuta para arquitetar algo tão amplo. Caso quisesse esconder algo aqui, com certeza fez um bom trabalho. ─ E agora? ─ pergunto para mim mesma, sozinha. Coço a minha cabeça na nuca e sem vontade nenhuma de me mexer, me agarrando a fome e a exaustão, sento-me no chão metálico. Mal dera cinco minutos de descanso, onde eu começava a entrar num processo intenso de vegetação mental que me desligaria completamente do mundo escroto que me envolve, os sons de azulejo sendo massacrado sem pena por enormes pesos em ritmos de passos estavam ao longe, vindo da direção que eu queria tomar. Pisquei algumas vezes e ouço um urro que mais soara como um mugido, muito breve e longínquo, porém considerável o bastante para me fazer levantar e correr ao lado contrário, me obrigando a virar uma das câmeras desconhecidas pelas quais passei sem me importar em escolher antes de chegar ao caminho de aço. O local escolhido é cheio de raízes estranhas e enroladas ao extremo, que atrapalham a minha corrida, já ruidosa diante meu cansaço. O mugido se mostra mais próximo, me deixando em estado de alerta e mais urgente, não querendo dar de cara com algo que é metade touro e metade homem. É muita adrenalina pra uma adolescente que mal chegou a um acampamento e só sabe brincar com as facas. Foi aí que a possibilidade me ocorreu. Isso aqui é um labirinto, com um minotauro dentro. O labirinto de Dédalo. Com a empolgação da descoberta no meio da fuga (que mais parecia com aquelas maratonas de touradas que acontecem nas ruas de Madri), meu pé fica preso nas últimas raízes que findam o corredor, e eu caio de borco no chão, perdendo completamente minha calma, com os miolos esquentados e eu; ficando a beira do ódio. Más notícias: a tocha voou para trás, o que significa que se o minotauro não me finalizar, o incêndio que se propaga lentamente entre as raízes iria se encarregar do trabalho de me carbonizar. Não ia apelar e rezar para meu pai olimpiano. Nem sei quem ele é direito e ele não se importou em me reclamar antes. Por que se importaria agora? Puxo o machado e utilizo o irracional, virando-me de costas para o chão e cortando as raízes que me impossibilitam de correr. ─ Desculpa minotauro, mas churrasquinho de AJ não está incluído no cardápio. ─ Exclamo, vendo o fogo se espalhar enquanto abandono a área. Quando me vislumbro finalmente livre, bem na hora de virar a próxima esquina a esquerda, me deparo novamente com um chão de tijolos irregulares como na entrada do labirinto. Mais um mugido (?) veio da câmara de raízes mais atrás, me que faz apertar o passo para uma corrida mais veloz, denunciando que o boi mutante estava perto das chamas. Se eu encontrasse a marca... Se eu encontrasse o delta marcado na parede eu poderia estar a salvo, não exatamente no Acampamento Meio-Sangue, mas longe dessa armadilha letal e subterrânea, tranquilo o suficiente até que eu voltasse para lá.

O fim do túnel está bem ali, me dando as boas vindas com a marca de Dédalo ocultada ligeiramente pelo musgo úmido da parede rochosa, mas se destacando a luz limitada na câmara incendiada um pouco mais atrás. Porém, quando estou a passos de distância da parede, algo bloqueia meu caminho e me faz parar. Aplausos começam a soar do nada e ecoar pelo local, e holofotes iluminam e queimam meus olhos claros e já fracos com conta do sono. “Merda”, penso. Quando meu olhar se acostuma a claridade, vejo o monstro mais estranho existente. Corpo enorme de leão e uma cabeça de mulher com tanta maquiagem que eu não deixo de dizer ─ Oh meu Zeus! Amiga, tem um rosto no seu blush. ─ Enquanto ela dizia para mim num tom radiante como uma apresentadora de realitty show “Bem-vinda, sortuda concorrente”, ela diz. Reviro os olhos enquanto ela termina sua falinha “Se prepare para jogar... RESPONDA O ENIGMA!”. Meus olhos murcham ─ Tá de brincadeira comigo, não é? ─ Os aplausos ecoam do nada mais uma vez, e assovios do além também acompanham como se houvesse plateia me assistindo. Alô-ô, o minotauro tá vindo aí, colega. Então ela começa toooodo aquele blábláblá de “responda corretamente e te deixo passar, mas se errar vou de devorar”. Eu não estou com paciência para brincar de “O que é, o que é?”, então tento passar de fininho enquanto ela tagarela como o Fausto Silva. Mas quando tento passar ela avança e rugi para mim, o que me faz recuar ao ver o tamanho de seus dentões que não fazem jus ao rosto de moça. Além de irritada, começo a ficar nervosa com a proximidade do minotauro. A esfinge nega “não não, responda primeiro o meu enigma”. Comecei a ouvir o seu poeminha estúpido, batendo o pé no chão e os braços cruzados com tanta força que eu duvidaria que qualquer pé de cabra poderia me fazer sair dessa posição. “Quem sou eu...?” ela começa, e eu aceno com as sobrancelhas, pedindo que prosseguisse o mais rápido possível. “Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.”. Espere. Eu sei essa, acho. Tá na ponta da língua. Os mugidos estrondosos de um boi mutante anunciavam sua aproximação, e eu tirei o machado da bainha caso tivesse que morrer lutando (é, meu pessimismo me diz que não saio dessa viva), já que eu não conseguia me concentrar. Sorri inocentemente pra esfinge e comecei, num tom leve e terrivelmente calmo ─ Escuta... ─ Meu semblante se torna sarcástico e meu tom de voz assume um acorde petulante ─ Vai cair a cavidade retal da sua bunda se você me deixar passar sem essa?

Os aplausos começaram outra vez e eu berro com a cabeça virada pro teto ─ CALA A BOCA AÍ, EU TÔ TENTANDO PENSAR NESSA BIROSCA, DROGA! ─ Os sons param e eu fecho os olhos para não fitar o sorriso selvagem da esfinge, que me pressiona com esse seu olhar e bochechas congeladas num riso e terrivelmente tingidas com blush. Agora minha mente fica até um pouco mais clara, e encarando o monstro metade mulher e metade felino, respondendo sua questão com um sorrisinho cético, querendo que, se errasse; ela fitasse a face presunçosa de satisfação em travar uma luta com ela ─ Deusa Ártemis.

Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 12 Abr - 17:57




Nome: Lianne Bloom Coverfield
De qual deus deseja ser filho: Poseidon
Por que a escolha do deus: Porque sempre foi um dos meus favoritos e gosto da maneira que a personalidade dele funciona. Acho que a personalidade dos filhos de Poseidon ficaria perfeito para a Lianne e se encaixaria com o que tenho planejado para a trama dela.

Missão: Você acabou entrando dentro do labirinto feito por Dédalo. Mas além do Minotauro a solta, você corre o risco de se deparar com duas salamandras e o Leão de Nameia. Atravesse s e conseguir, procure a saída. Porém, na saída do labirinto há uma Esfinge lhe esperando. Dê a resposta certa e livre-se do labirinto ou dê a resposta errada e perca-se para sempre dentro.

Charada: Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.

Estava farta de tudo aquilo. Farta de ter sua vida virada de ponta cabeça de uma hora para a outra, farta de não saber mais quem era e, principalmente, farta de Elena Whitehouse. A filhinha perfeita de Atena a irritava de uma forma inexplicável e era, provavelmente, o que mais detestava em sua nova vida. Veja bem, é preciso entender que não é fácil passar de adolescente quase-problemática em um dia para semideusa, filha de um dos antigos deuses gregos no dia seguinte. Lianne nem ao menos acreditava que um dia eles haviam existido, então imagina qual a surpresa da garota ao descobrir que eles não apenas existiam como um deles também era seu pai? É, não é fácil. Em questão de horas toda sua vida mudou, teve que deixar seu lar e seus poucos amigos para trás e se mudar para o Acampamento Meio-Sangue, já que como ficara comprovado após o ataque de um cachorro gigante de três cabeças, ela não estava mais segura no “mundo exterior”. Agora começava a descobrir coisas sobre si que nunca imaginara, como o fato de na verdade não ter dislexia ou TDAH, ter habilidades fora da capacidade humana e conseguir ler grego antigo (não que isso fosse muito útil para sua vida ‘normal’). Mas naquele momento nada daquilo parecia importante perto da irritação que sentia por Elena, que parecia determinada a tirá-la do sério.

Como se para desmentir a frase “pior do que está não fica” a filha de Atena foi uma das primeiras pessoas que Lianne conheceu no Acampamento, e já de cara não se deram bem. Algo na postura e na presunção de Elena, que parecia pensar que era melhor que Lianne só porque já era uma campista veterana, simplesmente a tirava do sério. Naquela manhã, durante o treino corpo-a-corpo, a garota Whitehouse pareceu achar que seria legal arrancar algumas risadas dos demais campistas humilhando Lianne no combate, e o resultado daquela brincadeira fora, além dos machucados normais gerados em combate, um corte no supercílio depois de levar uma cotovelada super ilegal no rosto, mas todos acreditaram em Elena quando ela disse que foi sem querer. Aquilo até seria suportável, mas o que realmente tirou a campista do sério foi a risada cínica que Elena lhe deu enquanto se afastava após pedir as desculpas mais fajutas que já vira na vida. Não iria mais aguentar aquilo.

Foi naquele momento que Lianne resolveu dar andamento ao seu plano de fuga. Preferia passar a vida enfrentando monstros no mundo mortal do que continuar aturando tudo aquilo. Se nem ao menos seu pai a queria por ali, por que ela continuaria? Ela nem mesmo sabia quem ele era, porque deveria se importar em viver a vida que ele tinha separado para ela? Não, não mesmo. Lianne saiu do jantar um pouco mais cedo, após jogar na pira uma oferta a qualquer deus que a estivesse ouvindo e pudesse ajudá-la naquele momento. Aproveitou que todos estavam jantando para retornar ao chalé de Hermes enquanto o mesmo estava vazio, o que nunca vira acontecer antes. Olhou de relance para os lados tentando descobrir se alguém a observava – no chalé de Hermes nunca se sabe – e quando viu que estava sozinha caminhou até a área em que ficava seu colchão, empurrando-o para o lado e puxando uma tábua que estava meio solta no piso de madeira rústica. Aprendera nos seus primeiros dias no Acampamento que o chalé nº 11 não era o lugar mais seguro para deixar seus pertences à mostra, e uma colega que fora reclamada poucas semanas antes para o chalé de Hefesto lhe indicou aquele esconderijo. Tirou de lá sua mochila e guardou dentro a comida que trouxera do refeitório, suas provisões para os próximos dias. Já tinha esquematizado todo seu plano de ação para o momento em que chegasse a New York, tudo que deveria fazer até conseguir estar de volta em casa. Agora só faltava descobrir como sair do acampamento.

Enquanto terminava de arrumar sua mochila, que já estava carregada com tudo o que precisaria para sua nova aventura – água, comida, uma lanterna velha, algumas mudas de roupa, etc – ouviu vozes que indicava que seus companheiros de chalé estavam retornando. Não queria que ninguém fizesse perguntas então se jogou na cama, segurou a mochila bem junto ao corpo, puxou o lençol até o pescoço e fingiu estar dormindo. Algum tempo depois ouviu o sinal do toque de recolher mas ainda assim não se sentiu segura para agir. Precisava aguardar até ter certeza de que ninguém a veria, de que todos estariam dormindo. Esperou por incontáveis horas, até decidir que era agora ou nunca. Silenciosamente a garota se levantou e passou entre os inúmeros colchões e beliches até conseguir sair do chalé. Tudo estava muito calmo e tranquilo, e por algum motivo aquilo a deixou nervosa. Espreitando de prédio em prédio ela se movia rapidamente pelo terreno, esperando passar despercebida por alguém que pudesse estar acordado. Sabia que provavelmente lidaria com alguns imprevistos no caminho e pensando de antemão passou no arsenal e pegou uma espada e um escudo simples – não queria que ninguém notasse que os objetos sumiram até que estivesse longe o bastante. Agora que estava do lado de fora decidira que sua melhor opção seria correr até o Pinheiro de Thalia, e dali alcançar a estrada e o mundo mortal. Mas, infelizmente, nem tudo sai como se planeja.

Estava na metade do caminho até seu ponto de saída quando ouviu um grito alto que fez seu sangue gelar no corpo. Fora vista por uma harpia, as patrulheiras do Acampamento, que agora voava rapidamente em sua direção. Outras harpias, atraídas pelo grito de sua irmã, começavam a voar na direção de Lianne e uma luz acendeu na Casa Grande. - Não agora... , sussurrou para si mesma enquanto corria o máximo que suas pernas permitiam, sem nem reparar ao certo para onde ia. Depois de todo o planejamento e expectativa não poderia falhar agora que estava tão perto de conseguir. Conseguia ouvir os gritos das harpias logo atrás de si e isso a impulsionava cada vez mais para frente, para longe dos gritos. Antes que pudesse evitar estava no meio da floresta, correndo por sua vida. Os gritos estavam cada vez mais próximos e ao olhar para trás viu uma das harpias chegando perigosamente perto. “É isso, é assim que vou morrer. Perseguida por um passarinho gigante." A mulher-ave fez a investida em sua direção e Lianne se jogou para o lado para escapar das garras afiadas da criatura, batendo as costas com força em alguma coisa muito dura, e antes que pudesse entender o que havia acontecido se viu caindo em um buraco.

Pela segunda vez em menos de dez segundos bateu as costas com força ao atingir o fundo do buraco e a dor que irradiou por seu corpo a deixou confusa por alguns segundos. Quando sua cabeça finalmente parou de rodar Lianne estendeu as mãos ao lado do corpo para tentar se levantar e estranhou ao se deparar com uma superfície fria e ligeiramente lisa. Levantou-se com certo esforço e todo o mundo girou novamente, fazendo-a procurar algum ponto de apoio. Tateou às cegas em meio ao breu do lugar em que estava até encontrar uma superfície que subia na vertical e se apoiou no que parecia ser uma parede. Não fazia a mínima ideia de onde estava, mas sentia um péssimo pressentimento sobre tudo aquilo, e involuntariamente levou a mão ao lugar em que sua espada deveria estar, surpreendendo-se ao ver que não estava com ela. A surpresa fez com que sua cabeça parasse de latejar e Lianne rapidamente abriu o zíper da mochila que trazia no ombro, procurando sua lanterna. Precisou bater a lanterna três vezes na mão para conseguir fazê-la funcionar, mas finalmente um feixe de luz se projetou do objeto iluminando o ambiente e cortando o breu que a cercava.

Direcionou a luz para o chão e virou a mão de um lado para o outro até finalmente se deparar com um brilho metálico à sua esquerda. Encontrou sua espada e seu escudo caídos no chão, provavelmente onde havia caído alguns segundos antes. Levantou sua lanterna até conseguir iluminar o teto do lugar mas não encontrou nada além de pedras velhas e cinzentas, não parecia haver nenhuma entrada. Ótimo, como eu saio daqui agora? Ao fazer um rápido reconhecimento da área Lianne percebeu que não era um simples buraco no meio da floresta, como imaginara que deveria ser, e não fazia a mínima ideia de onde estava. - O que é aqui, para começo de conversa? Um sopro de ar quente fez com que todos os pelos de seu corpo se arrepiassem de uma só vez e ela decidiu que precisava se pôr em movimento. Não sabia onde estava mas sabia que precisava sair dali o mais rápido possível.

Usando sua lanterna para iluminar o caminho a garota caminhou por um longo corredor de pedra sem parar nenhuma vez, até que encontrou uma bifurcação em seu caminho que a fez parar. O corredor a sua frente continuava pela esquerda e pela direita, e não havia nenhuma indicação de qual caminho deveria seguir. Tirando a sorte acabou escolhendo o caminho da direita, e antes que duvidasse de sua decisão se pôs em movimento. Pouco mais a frente encontrou uma nova bifurcação e tomou o caminho da esquerda. Por vez ou outra uma passagem se abria no meio do corredor, mas a garota simplesmente ignorava e continuava caminhando em frente. O caminho que escolhera fez uma curva brusca à esquerda e assim que virou Lianne se deparou com três novos corredores. Tomou o da direita apenas para perceber alguns metros mais a frente que ele não tinha nenhuma saída, fazendo com que ela tivesse que retroceder. Aquilo estava começando a irritá-la e seu nervosismo fez com que ela começasse a correr o mais rápido que podia. Estava em um labirinto, disso não havia dúvidas, mas o que um labirinto estaria fazendo abaixo do Acampamento? E como sairia de lá?

Tinha a impressão de já estar correndo há horas e sua respiração começava a falhar quando ouviu um barulho que a fez congelar onde estava. Um rugido gutural, vindo a poucos metrôs de distância, a única coisa a cortar o silêncio desde que caíra no buraco. O som parecera vir de algum lugar a sua esquerda, portanto na bifurcação seguinte a garota se jogou para o corredor da direita. Ouviu o rugido uma segunda vez e dessa vez ele parecia estar um pouco mais distante, o que a deixou levemente aliviada. Virou uma segunda vez a direita, crente de que estava longe o bastante da criatura, e quando olhou para a frente se encontrou em uma pequena câmara um pouco mais larga que os demais corredores, com um leão maior do que um cavalo olhando perigosamente para ela. O labirinto havia pregado uma peça nela, e ela caíra. - Deuses , murmurou poucos segundos antes do leão se lançar em sua direção. Foi atingida pela pata do grande animal, que a jogou contra uma das paredes da câmara. Sua cabeça bateu violentamente contra a pedra fria e seu ouvido começou a zumbir. Mal teve tempo de se levantar antes de ser atingida novamente por uma das patas do leão, que dessa vez a cortou da coxa ao joelho. A dor que sentia vinda dos cortes era aguda e um grito escapou de sua boca, mas não se deixou vencer. Na nova investida do leão se jogou para o lado, saindo do alcance de sua pata, e colocando toda sua força na perna que não estava ferida se colocou em pé. Segurou o escudo em frente ao corpo e aproximando o máximo que sua coragem lhe permitia desferiu um golpe nas costas do animal. Qual sua surpresa ao ver que sua lâmina não surtira nenhum efeito contra o animal, que parecera repelir sua espada? Aquilo só pareceu deixá-lo ainda mais irritado e Lianne precisou de toda sua força para manter o escudo alto enquanto o leão investia contra ele, fazendo todo o seu corpo tremer com o forte impacto.

Após uma nova investida mal sucedida, em que a lâmina também rebateu na pele do leão, Lianne lembrou de uma conversa que ouvira no acampamento poucos dias antes, em que um campista veterano contava aos novatos a história dos doze trabalhos de Hércules. Como era mesmo a história do leão? Era leão de Naméria? Nemébia? Ah, o que importava agora?! Só se lembrava da parte em que dizia que nenhuma arma conseguia passar pela pele do leão, o que o tornava praticamente invencível. “Era só o que me faltava!” A garota respirou profundamente e aceitou que aquele seria seu destino. Nunca teria a força de Hércules para matá-lo usando suas mãos, e nunca conseguiria correr mais que o animal. Todo seu corpo doía, sua perna acima de tudo, e mal conseguia segurar o escudo e a espada, ou se manter em pé. A onda de adrenalina que invadira seu corpo parecia deixá-la e começava a se sentir um pouco letárgica, tanto que nem ao menos conseguiu se desviar do golpe do leão gigante, que a jogou no chão mais uma vez.

Lianne olhou para cima e viu o animal se aproximando de si, sua cabeça pairando perigosamente acima de seu corpo. “Nenhuma arma pode passar pela pele dele...” A garota não fazia a mínima ideia de onde vinha a voz que ecoava em sua cabeça, mas naquele momento não importava. Aquelas palavras lhe deram uma ideia e talvez fosse sua única alternativa. Agarrando-se a vontade de permanecer viva a garota retirou forças daquela esperança e, quando o leão abaixou aquela grande cabeça com a boca aberta para lhe morder ela enfiou a espada com toda sua força dentro da boca dele, enfiando-a fundo em seu crânio. Sangue grosso e pegajoso começou a escorrer por sua mão e antes que pudesse sequer piscar o animal sumiu deixando apenas um rastro de pó dourado atrás de si. Sem forças para fazer mais nada a menina se permitiu ficar jogada no chão pelo tempo que julgou necessário, sentindo todos os músculos do seu corpo doendo. Após o que lhe pareceu uma eternidade ela decidiu que por mais que quisesse simplesmente fechar os olhos e dormir não poderia continuar ali, tinha que continuar procurando por uma saída.

Ao se levantar sentiu-se fraca e desidratada, e como não sabia por quanto tempo ainda teria que caminhar decidiu repor suas energias. Comeu uma das frutas que trouxe consigo e bebeu metade da garrafa d’água em um só gole, sentindo-se revigorada tão logo seus lábios se afastaram da garrafinha de plástico. A água estava quente mas conforme descia por sua garganta parecia refrescar todo seu corpo. Decidida a sacrificar uma de suas blusas por um bem maior Lianne se sentou no chão, rasgou um pedaço do pano e após embebê-lo em água passou-o pelos rasgos da sua calça jeans para limpar os ferimentos. Assim que a água tocou em sua pele sentiu um alívio imediato que fez seu corpo estremecer, e ao olhar para a área já tratada viu que o ferimento estava se fechando sozinho, restando apenas o sangue ligeiramente seco. Não sabia o que havia acontecido e não se importava, mas tratou rapidamente de fazer o mesmo com os outros cortes e em poucos minutos todos estavam fechados. Ainda havia certo incômodo na área em que antes estiveram os cortes e algumas partes de seu corpo ainda doíam um pouco, mas comparada à sua situação de meia hora atrás não havia o que reclamar. Guardou tudo de volta em sua mochila e se pôs em movimento, deixando seus instintos lhe guiarem pelo caminho. Se seu instinto acertara ao lhe dizer o que fazer com o leão, por que deveria duvidar agora?

Já deveria fazer no mínimo uma hora que saíra da câmara em que enfrentou o leão quando Lianne começou a ficar preocupada novamente. Já deveria estar amanhecendo no mundo superior e ela ainda estava ali, presa, incapaz de se libertar. Será que alguém dera por sua falta? Será que estariam procurando por ela? E se sim, será que alguém conseguiria encontrá-la? Todas essas perguntas passavam por sua cabeça, deixando-a completamente confusa, quando sua lanterna atingiu alguma coisa pouco mais a frente. Um pequeno brilho metálico lhe deu a esperança que fosse alguma maçaneta em uma porta (não fazia muito sentido uma porta com maçaneta ali embaixo, mas quem se importava?) e acreditou finalmente ter encontrado sua saída. Deixando todos os receios de lado correu na direção do brilho aliviada por finalmente encontrar um alívio para todo aquele tormento. O brilho ainda estava a cerca de vinte metros a sua frente quando sentiu que algo estava errado. O mesmo arrepio que sentira pouco antes de encontrar o leão voltou a se apossar de seu corpo, e ela percebeu que o brilho se movia levemente. A percepção fez com que seu corpo estocasse onde estava e mantendo a lanterna na direção do objeto ela forçou sua visão o máximo que podia para tentar identificar o que era.

- Filho da p... a menina mal teve tempo de terminar a frase antes da massa negra, duas vezes maior do que ela, começar a correr em sua direção fazendo o chão do labirinto tremer. O pequeno objeto metálico era na verdade a fivela de um cinto de couro que adornava a cintura da maior criatura que vira até então, uma espécie de touro gigantesco com um olhar assassino. Ela não perdeu muito tempo tentando entender o que era aquela criatura, antes disso virou-se e saiu correndo o máximo que suas pernas permitiam. Podia ouvir os passos pesados da criatura atrás de si, além de um mugido que parecia ter saído das profundezas do inferno. - Só pode ser brincadeira! De onde eles tiram esses monstros? Sua voz saia entrecortada e falha, já que sua própria respiração estava descompassada pela corrida. Podia sentir o monstro chegando cada vez mais perto de si e não podia deixar de entrar em pânico. - Por Zeus, o que é isso?! Alguém me ajude! Sentia-se estranha falando o nome do deus supremo do Olimpo, mas na falta de conhecimento de quem era seu pai apelaria para quem quer que estivesse lhe ouvindo.

“Vire à esquerda.” A mesma voz que ouvira enquanto enfrentava o leão voltou a sua mente, e a calma que exprimia lhe passou certa tranquilidade – bom, o máximo de tranquilidade que se pode ter enquanto corre risco de morte. Ela se jogou na primeira entrada à esquerda que encontrou e disparou em frente, ouvindo o som furioso do touro atrás de si. “Direita”, ordenou a voz assim que chegou ao fim daquela corredor. Pelo som que ouviu alguns segundos depois o monstro não fora tão rápido quanto ela para fazer a curva e se chocara contra a parede no fim do corredor. “Só espero que isso não o deixe ainda mais zangado”... Por mais rápido que corresse a criatura parecia ser mais veloz, e o tremor causado por seus passos parecia estar cada vez mais próximo. Uma nova bifurcação surgiu a sua frente, com um corredor a sua esquerda, outro a sua direita e um terceiro que continuava em frente. Como não ouviu nenhum comando continuou correndo em frente e pôde ver uma grande sala poucos metros a sua frente. Antes que pudesse alcançar a sala, contudo, foi alcançada pelo Minotauro, que a levantou no ar com seus chifres e a lançou no ar, fazendo-a voar dez metros à frente e deslizar no chão de pedra, ralando todo seu corpo. Ao cair no chão todo o ar foi expelido de seus pulmões e a dor em seu peito indicava que provavelmente havia quebrado uma costela. Ela não conseguia continuar, mas a voz em sua cabeça lhe dizia para ir em frente. Usando seus braços para se arrastar pelo chão e tentando ignorar a dor que sentia cada vez que respirava Lianne continuou seguindo em frente, em direção à sala que estava agora a menos de cinco metros. O touro a alcançou novamente e a pegou pelo pé, levantando-a a cerca de um metro e meio do chão. A menina se debateu o máximo que conseguia, mas o aperto era forte demais para que ela conseguisse se livrar. Havia perdido seu escudo muitos metros atrás, quando encontrara o monstro, mas ainda trazia sua espada presa ao seu cinto. Numa velocidade que não sabia explicar de onde viera ela puxou a espada do cinto e estocou o monstro no braço em que ele a segurava, fazendo com que ele a soltasse no chão. Sem pensar duas vezes se colocou de pé no momento em que atingiu o chão e correu em frente, ouvindo o grito de dor do monstro atrás de si.

A vantagem não durou muito tempo e logo o monstro estava atrás dela novamente, fazendo com que ela tivesse que desviar da investida de seus chifres. Já fora atingida uma vez e sabia que provavelmente não resistiria um segundo ataque, por isso precisava dar um jeito de se livrar dele o mais rápido possível. Mal havia pisado dentro da sala quando o touro investiu novamente contra si, fazendo-a se jogar para o lado para não ser atingida. O tamanho do monstro fazia com que ele se movesse com certa lentidão quando se tratava de movimentos mais curtos, e a menina se aproveitou disso para se jogar por baixo das pernas dele e deslizar para trás dele, levantando-se rapidamente e desferindo tantos golpes com sua espada quanto podia aguentar, mas simplesmente parecia não ter efeito. Um pouco de sangue jorrava das costas do animal, mas nada que parecesse transformá-lo em pó brilhante como o leão. O animal finalmente conseguiu virar mais rápido que Lianne e ficou de frente para ela, uma expressão de completo ódio em seus olhos. Lianne o viu abaixando a cabeça e raspando a pata traseira no chão, indicando que ele arremeteria contra ela. Tão logo o animal investiu para frente a voz ressurgiu em sua mente, dessa vez um pouco mais urgente do que antes. “Olhe à sua direita!!!” Em uma fração de segundo a garota pode vislumbrar algo que não tinha reparado até então, só vista daquele ângulo, uma fissura na parede grande o bastante para que ela pudesse passar, mas pequena demais para que o touro a seguisse. Correndo o máximo que podia ela escapou do chifre do touro por questão de centímetros e se jogou dentro da fissura, ouvindo o baque seco do animal investindo contra a parede atrás de si.

Ao sair no outro extremo a menina se encontrou num ambiente completamente diferente. A pedra cinza e poeirenta tinha dado espaço a um mármore creme que parecia ser tão velho quanto o mundo, e do lado oposto havia uma porta ladeada por uma estátua de pedra. A alegria foi tanta que não pode impedir as lágrimas que surgiram em seus olhos e rolaram por sua face. Seria, finalmente, a saída? Lianne correu na direção da porta mas antes que pudesse alcançá-la foi jogada para trás pela estátua de pedra, que já não era mais pedra. “E essa agora?” , pensou consigo ao ver a criatura se posicionando de forma protetora em frente a porta.

- Se quiser passar terá que responder meu enigma. Responda corretamente e a liberdade será sua. Erre e ficará presa para sempre. Eis o enigma: “Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.”

A menina mal conseguia processar o que ouvira. Sua mente estava uma completa confusão por tudo o que havia vivenciado desde que caíra por aquele buraco e agora ainda tinha que responder aquela pergunta sem pé nem cabeça? “Pensa, Lianne, pensa!” Ela estava tão perto, mas se sentia tão distante quanto quando atingiu o chão pela primeira vez. Aquilo deveria ter alguma coisa a ver com toda a mitologia grega, isso era fato. Mas se tão ao menos tivesse prestado atenção nas suas aulas de história! A expressão no rosto da criatura era impenetrável e não havia como tirar qualquer informação a mais do que aquela, então nem adiantaria pedir por uma pista. Tentou lembrar-se de tudo o que vira desde que chegara ao Acampamento, já que era a única base de conhecimentos que tinha. “Alvejar, alvejar... Tem alguma coisa a ver com armas... Mas ninguém aqui usa armas de fogo. Hm, o que ele falou mesmo sobre caçar? Sei que tinha alguma coisa assim. O pessoal daqui usa muito a espada e o arco, mas ninguém sai para caçar com espada e escudo. Isso, deve ser o arco.” A menina raciocinava o mais rápido que podia, se arrependendo ligeiramente por ter se desligado tanto daquela sua nova vida. “Hm, os filhos de Apolo sempre usam arcos, mas ele estava falando de mulher, então não pode ser isso. Onde foi que eu vi outra coisa sobre arcos? Era um dos chalés, isso eu tenho certeza...” Lembrou-se da mesma colega que lhe ensinara o segredo da tábua embaixo do colchão, e lembrou-se de como ela falou que admirava as garotas que se entregavam à Ártemis por serem exímias caçadoras. “Só pode ser isso!” , pensou antes de se virar para a criatura e dizer com toda a convicção que não sentia: - A deusa Ártemis.

Lianne respirou fundo aguardando por seu destino, e tão concentrada estava que mal sentiu a pontada onde provavelmente quebrara a costela. “Bom, se não for isso, já era...”


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 12 Abr - 21:34


Nome: Suzana Bennett

De qual deus deseja ser filho: Hades

Por que a escolha do deus: É meu deus preferido na mitologia grega, algo meio obvío

Missão: Você acabou entrando dentro do labirinto feito por Dédalo. Mas além do Minotauro a solta, você corre o risco de se deparar com duas salamandras e o Leão de Nameia. Atravesse s e conseguir, procure a saída. Porém, na saída do labirinto há uma Esfinge lhe esperando. Dê a resposta certa e livre-se do labirinto ou dê a resposta errada e perca-se para sempre dentro.

Charada: Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.

A primeira missão

Já fazia algum tempo que eu havia ido para o acampamento meio sangue, mas infelizmente ainda não havia descobrido de quem era filha, isso costumava causar certo transtorno em mim por saber que praticamente todos sabiam de que deus vinham, claro que isso podia significar duas coisas, a primeira, meu pai era tão inofensivo que não tinha a necessidade de conhece-lo, ou talvez ele fosse alguém importante e eu não o honrasse como deveria, com esse pensamento decidi tentar participar de uma missão, talvez nela eu pudesse desvendar o mistério que me atormentava tanto a mente.

Em uma manha nublada caminhei até o sótão para escutar a profecia, ao que indicava eu iria sozinha pois a missão provavelmente não seria de tão alto nível assim, escutei o oráculo o melhor que pude e logo entendi o que deveria fazer, o medo me fez estremecer por um momento, o labirinto de Dédalo não era para todos, principalmente para uma novata como eu.

...

Finalmente eu havia chego ao labirinto, havia algo dentro dele que eu precisava pegar, eu só não sabia direto o que, as palavras do oráculo soavam um pouco confusas em minha mente. Quanto mais eu caminhava mais perdida eu parecia estar, por diversas vezes eu pensei estar andando em círculos, o calor infernal do lugar não ajudavam meus pensamentos confusos a ficarem concretos. Um rugido vindo de algum lugar atrás de mim fez meus pelos da nuca eriçarem, algo enorme vinha do lugar que eu havia acabado de sair, e ela parecia faminta e feroz.

-Santo Elísio! Sera que a lenda era mesmo verdadeira? --Choraminguei. -Espero que não seja o tal leão de Nemeia. --Desembainhei a espada e comecei a correr na direção oposta a do rugido.

O lugar estava um pouco escuro mas apesar disso eu conseguia enxergar por onde andava, as paredes pareciam se aproximar cada vez mais deixando o corredor menor, tudo a minha volta parecia estar cada vez mais próximos.

-Acho que o barulho sumiu. --Comentei abaixando o corpo um pouco para poder respirar melhor.

Um movimento brusco em minha frente me fez ficar em posição de ataque, a criatura em volta de sombras parecia me observar a algum tempo, seus olhos faiscavam nos meus, dei dois passos a frente a fim de ver o que me observava. Talvez tenha sido a maior burrice da minha vida. Senti algo pesado ir em direção ao meu corpo, cai de cara no chão sentindo algo quente escorrer por entre meu cabelo. Levei uma das mãos até o local e vi o liquido rubro em meus dedos, com toda certeza algo bem pesado havia me atingido. Olhei um pouco desnorteada para a criatura agora um pouco mais visível, seus enormes chifres cintilavam na pouca luz do ambiente, seu corpo de homem era quase indistinto por causa dos pelos e traços de touro,ele parecia gigantesco comparado a mim, seus braços fortes pareciam ser do tamanho do meu corpo. Em sua mão um objeto parecido com uma maça gigantesca parecia firme e prestes a desferir outro golpe contra mim.

Ignorando a dor levantei no mesmo instante que outro golpe era acertado no lugar que estava, afastei-me alguns passos na intenção de fugir para a entrada do labirinto, mas algo fez meu sangue gelar, o mesmo rugido ouvido anteriormente vinha se aproximando da parte de trás, eu teria de escolher entre o minotauro ou o tão temido leão mitológico, e eu teria que fazer isso o mais rápido possível ou acabaria tendo que encarar os dois.

O minotauro começou a avançar em minha direção, dessa vez eu estava um pouco mais preparada, então desviei de seu golpe frontal enquanto fazia um pequeno corte em sua perna esquerda, seu rugido pareceu mais furioso do que dolorido, mais uma vez ele tentou acertar-me com a maça, que eu acabei por usar minha espada para tentar me proteger, esse com toda certeza foi um de meus erros, a espada ficou pressa e foi arremessada para longe em um de seus movimentos me deixando desarmada, abaixei ao perceber seu próximo golpe e corri em direção a espada.

Vi ele correr em minha direção e retirei uma de minhas facas da bainha, atirei-a em sua perna na expectativa de atrasa-lo. Voltei a escutar seu rugido mas dessa vez havia sido de dor, ao fita-lo notei que ele arrancava a faca e se recuperava para voltar a me perseguir, agarrei a espada e apontei-a para ele que nem sequer pareceu ligar, desviei de mais dois de seus golpes me esquivando ou agachando conseguindo então perfura-lo com a lamina bem na barriga, comemorei vitória um pouco antes da hora pois o monstro retirou a espada com certa dificuldade, a lamina havia se partido mas ele continuava de pé, apesar de fraco.

Eu estava completamente desarmada e ele voltara a me encarar com seus olhos faiscantes que não conseguia encarar, eu sabia que tudo iria acabar ali, eu não tinha outra opção, não havia nada que eu pudesse fazer, não agora, não ali, fechei meus olhos esperando seu golpe final, escutei-o erguer a maça e abaixa-la com tudo em minha direção, escutei algo se partindo mas não senti a dor vir, e nem a consciência partir. "O que diabos está acontecendo?" Pensei ao escutar um barulho de combate, assustei ao ver o que se seguia, um esqueleto havia acabado de enterrar uma lamina no crânio da criatura que jazia no chão empapada de sangue. Desesperada soltei um grito ao vê-lo se aproximar de mim, ele provavelmente me mataria da mesma forma que havia feito com o minotauro, mas tudo que ele fez foi uma pequena mensura e logo se dissolveu em pó.

Fiquei parada atônita alguns minutos tentando entender o que havia acontecido ali, eu teria ficado o resto da vida se não fosse novamente o rugido estrondoso parecendo praticamente estar ao meu lado. Peguei minha lamina quebrada e corri na direção em que o minotauro havia saído. Com o coração ainda na mão tentei entender o que havia acontecido, apesar de tudo parecer familiar eu não conseguia perceber o sentido naquilo.

Um pouco mais adiante fitei uma outra criatura, ela parecia guardar uma sala onde provavelmente estaria o que eu procurava, dessa vez eu sabia que não haveria perigo, ou talvez houvesse, mas isso apenas se eu errasse seu enigma, eu já havia visto uma esfinge, mas nunca uma de tão perto, ela parecia grande e um pouco assustadora.

-Desejo passar. --Escutei minha voz soar um pouco rouca.

-Decifra-me ou devoro-te. --Sua voz soou inumana.

-Gostaria de escutar o enigma. --Falei com meu coração a mil.

-Mulher e menina ao mesmo tempo sou. Na lua busco a calma de uma paixão que na constelação ficou. Seguidoras fieis eu ensino a alvejar. Não se engane com meu tamanho, tenho licença pra caçar.

Escutei o verso recitado enquanto tentava pensar, eu estava um pouco nervosa e por isso demorei um pouco para perceber de quem se tratava, a pergunta não era difícil, eu só havia demorado porque no momento nada muito claro vinha em minha cabeça a não ser o esqueleto.

-Ártemis. --Respondi enquanto esperava meu destino ser selado.


Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

Mensagem por Convidado Sex 19 Abr - 0:33

Vagas Fechadas.
Convidado


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Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013 Empty Re: Reclamação (Três Grandes) 04/05/2013

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